quinta-feira, dezembro 16, 2010

A crise, as epifanias e os telejornais

Tenho andado com as minhas ideias a flutuar na conversa que nos emprenham dia-a-dia. A crise, os bancos, um 2011 terrível, a falta de escolhas. Enfim, aquele sem número de desgraças que os media nos atiram para a cara a cada minuto que passa. E sinceramente, estou com falta de pachorra para isso.

Por outro lado, felizmente, também me tenho cruzado com imensas pessoas optimistas que dizem as coisas como são: cabe-nos achar alternativas, não nos acomodemos e tratemos de sair da carneirada geral. Somos nós que dizemos se nos limitam. Só a falta de imaginação e cobardia nos podem parar.

O texto que publiquei esta manhã do Sousa Tavares, publiquei-o porque ontem o ouvi na TSF e concordei 300% com ele. O país não pode ter na sua juventude qualificada a melhor mercadoria para exportar.

Por outro lado, os políticos q temos no poder, sobretudo aqueles Paços dos Coelhos (nome ao calhas, para mim é tudo igual) são efectivamente o produto das Escolas do Crime que são as Juventudes Partidárias. Na sua maioria, são individuos sem qualquer mérito, lambedores de escroto e abanadores de bandeira que vão ocupando lugares nas autarquias (xiii... Fundão. Medo.) sem nunca terem arregaçado as mangas e feito algo de relevante, algo que não seja feito em benefício próprio e em prol do bicho monstruoso que servem.
- Eu não quero ser representado ao mais alto nível por pessoas que me envergonham;
- Eu não quero ser representado por pessoas que não me inspiram;
- Eu não quero ser representado por ladrões, lambões e servos de um tipo de existência assente em aparência social que me causa náuseas.

Posto isto, vamos às coisas boas: ontem foi dia de Ignite Portugal no Lx Factory. Para mal dos meus pecados só me apercebi do quão fantásticas foram as apresentações quando me sentei a bebei uma cerveja com o Xina que tinha acabado de lá sair.
Trata-se de uma daquelas conferências tipo TED que mostram que o mundo de hoje está cheio de coisas boas. De bons exemplos que podemos e devemos seguir. Cada vez há mais reuniões destas, sem fins lucrativos, grandes tertúlias das quais se sai inspirado.

Como nem toda a gente tem Facebook, deixo aqui um vídeo com uma das apresentações para que se perceba do que é estou a falar:


E os Telejornais, o que é que têm a ver com isto? Nada! Apenas entram no título porque alguém disse lá no Ignite que apenas começou a dar passos em frente quando deixou de ver telejornais e percebeu que nem tudo são desgraças.

Alguns registos

Há já tempo que venho desabituando o público do blog de conteúdos novos. Tem calhado assim, não é por mal. Também não é porque não haja nada para partilhar.
Hoje arranjei aqui um bocadinho e achei que seria boa ideia dar algumas notícias. Por isso aqui ficam umas chapas dos últimos tempos. Estas aqui são de um fim-de-semana ali para a zona do Marvão. Gostei muito daquilo, confesso. Ainda por cima, eles não têm uma empresa Municipal de Turismo como o Fundão, mas têm postos abertos ao fim-de-semana onde se podem obter vários percursos (efectivamente) pedestres.
Aconselho vivamente a visita, mesmo que seja num daqueles fins-de-semana que a protecção civíl nos diga que vai cair o Carmo e a Trindade.

"Os portugueses sempre se encostaram ao Estado"

É só para avisar que eu assino por baixo!

"Miguel Sousa Tavares acredita que grande problema de Portugal é a dependência crónica portuguesa em relação ao Governo

Foram os "reis que tomaram a iniciativa e monopolizaram os mercados" nos Descobrimentos, Salazar "não achava que os portugueses conseguissem governar-se a si próprios", no PREC "exigia-se tudo, porque tudo se podia exigir". Ao longo da história de Portugal, Miguel Sousa Tavares encontra um elemento transversal: o espírito de "encosto" ao Governo. E acha que o futuro de Portugal tem de passar por um espírito mais empreendedorista: "Temos de premiar o mérito, quem arrisca, quem investe" e contrariar "o espírito da cunha política".

Orador num almoço do American Club de Lisboa, ontem, o jornalista e escritor defendeu que a "geração que chega agora ao mercado de trabalho" tem de deixar de obedecer "à geração instalada". Portugal "está a ficar maduro para uma revolta de gerações", destaca Sousa Tavares, pois "quem estuda, tem duas opções: ou vai para o desemprego ou para o estrangeiro". Para além do apelo a "uma revolução de mentalidades", é preciso impedir o abandono do País pelos jovens. "Um país que deixe sair a sua elite jovem está condenado" ao fracasso, destacou.

Miguel Sousa Tavares também quer sangue novo na política. "Gostaria de ver mais jovens na política, mas que não venham das juventudes partidárias, que são quase escolas de crime", sublinhou. Para o jornalista, "é importante que esta nova geração não vire as costas à democracia".

Sousa Tavares defende que esta geração deve de ter a coragem de fazer a "ruptura com aquilo que temos vivido, o 'viver habitualmente' enunciado por Salazar".

Após a sua intervenção, o convidado foi questionado sobre a possibilidade da entrada do FMI em Portugal. "Não acho que tenha de vir. Temos uma crise orçamental séria, mas não uma crise económica brutal", por isso a intervenção não faz sentido. E aproveitou ainda para atacar os partidos que votaram contra o Orçamento. O voto contra "foi uma hipocrisia, porque nenhum desses partidos queria que o Governo caísse. Quem é que queria pegar nisto com o FMI?", questionou.

(Copiado do DN)