Aqui fica a primeira parte do relato de meia dúzia de dias muito bem passados pelos Pirinéus Catalães:
Fizemo-nos à estrada no dia 21 de Julho. Ficámos a primeira noite a cerca de 100Km’s de Madrid. Na manhã seguinte rumamos a Boí, onde chegámos pouco depois da hora de almoço. A opção de ficar uma noite a meio do caminho revelou-se a mais acertada visto que o estado de frescura com que chegámos a Boí ainda nos permitiu montar tenda no Parque de Campismo de Taúll e explorar a fantástica paisagem da Presa de Cavallers.
Em torno desta barragem há centenas de vias de escalada, é um verdadeiro paraíso para os amantes da modalidade. É granito e há por ali vias para todos os níveis e gostos. Entre Cavallers e Taull ainda fiz um treininho de corrida de mais de 1h30m que me soube que melhor que uma massagem tailandesa (acho eu… mas também... nunca experimentei nenhuma) para deixar as pernas no sítio. Ainda contei com a companhia do Troy em boa parte do tempo mas ele acabou por trocar parte do percurso por um banho num riacho com a conivência de um simpático guarda que viríamos a encontrar dias mais tarde longe dali e que ficou nosso amigo.
No dia seguinte iniciámos o Carros de Foc propriamente dito. Como já vos falei começamos pelo Refúgio Estany Llong. Para aí chegar tivemos de usar um dos muitos Táxis Todo-o-Terreno que o Parque Natural coloca à disposição dos visitantes (ai… tanto que se poderia falar do bom exemplo que isto constitui para os Parques da Estrela e Gerês). O preço é de 4,4€ por artista.
Os primeiros Km’s são em estradão florestal e não apresentam grandes dificuldades. Chegados ao Estany Llong entrámos finalmente no percurso do Carros de Foc. Ai recebemos o forfait e o primeiro dos 9 carimbos. Ála Cardoso, que havia muita vontade nas pernas para derreter!
Fizemo-nos a caminho do Colomina, o refúgio imediatamente a seguir, onde iríamos ficar na primeira noite. Assim que se entra no percurso do Carros de Foc o trilho estreita e vamos subindo cruzando colos fantásticos. O primeiro (e ponto mais alto da primeira etapa) que cruzamos foi o Colo de Dellui.
A vista para o lado de lá é soberba: avistam-se as primeiras grandes lagoas de origem glaciária e sente-se pela primeira vez que estamos em montanha a sério.
Dobrado este colo decidimos descer até uma das lagoas e comer por ali qualquer coisa. Claro que com o calor que se fazia sentir e com aquele plano de água lindo à nossa beira lá tivemos de mandar um pincho à moda da beira. Soubemos depois que é (muito) proibido tomar banho nas lagoas. Mas com aquele calor é quase como negar comida a um pobre, quase vá...
A cena pinchal não correu bem de todo já que o Daniel (julgo que por comido antes) sofreu amoque que felizmente não passou do susto (ele que conte os detalhes).
Terminado o procedimento pinchal lá nos fizemos ao caminho e cerca de 1h30 depois estávamos a chegar ao destino, o Refúgio Colomina. Ali passamos a ter um carimbo mais nos nossos forfait.
O refúgio é pequeno e está plantado ao lado de mais uma lagoa e com uma vista muito interessante sobre um “vale civilizado”, o que significa rede de telemóvel e que me permitiu ficar a par do que se ia passando na Taça do Mundo de Triatlo de Corner Brook (mais ma vitória para a Vanessa). Graças a uma revista que estava no refúgio fiquei a conhecer um pouco mais do Floyd Landis que nesse mesmo fim-de-semana ganhava o Tour de França. Quem diria (ou secalhar até alguém diria) que umas semanas depois viria a ser novamente falado por estar envolvido em mais uma valente fantochada ciclistica (às quais já nos vimos habituando…).
Bom… logo que haja uma aberta…prossigo com o relato!
Abraços
David
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