terça-feira, maio 23, 2006

João Garcia no Kangchenjunga

Já por aqui tinha falado que o João Garcia, com o o apoio do Millennium BCP, está a desenvolver um projecto que visa conquistar todos os 14 cumes do planeta com mais de 8000m. Ontem conquistou o Kangchenjunga, a terceira montanha mais alta do mundo e a sétima com mais de 8000m no currículo do João Garcia. Deixo-vos um post retirado do blog da expedição onde o jornalista da SIC Aurélio Faria relata mais este feito do Himalaista Português:

“Que horas eram, Ivan?..” Em espanhol, João Garcia pergunta ao alpinista equatoriano as horas a que atingiu o cume do Kangchenjunga. “Eram 5 horas e 6 minutos!”. A resposta pronta, também em espanhol, é bem perceptível, na conversa por telefone satélite, estabelecida com Lisboa, a partir do Campo 4. Era já noite dentro, - 23 horas, hora nepalesa, fim da tarde em Portugal -, quando João chegou exausto à tenda montada aos 7700 metros e, depois de quase 24 horas de esforço ininterrupto na chamada “zona da morte”, se meteu no saco-cama para comunicar a conquista da terceira montanha mais alta do mundo. O cume do Kangchenjunga, que no dialecto tibetano do Sikkim significa a Montanha dos 5 Tesouros das Neves Eternas, foi alcançado sem oxigénio artificial nem carregadores de altitude; como companheiro de cordada, o português, que contava inicialmente realizar a escalada “a solo”, teve o experiente Ivan Vallejo, o alpinista do Equador que já subiu 12 dos 14 cumes de 8000m. “Agora já acredito e percebo quando me diziam que esta era a montanha mais dificil de 8 mil metros”. Com a respiração ofegante, João descreve as dificeis condições da ascensão final desde os 7700 metros até ao cume de 8856 metros. “O tempo estava bom, as condições meteorológicas foram favoráveis, tinha neve até ao tornozelo, mas foi ‘supertécnico’ até à última, é uma escalada mista, com muitas passagens de rocha e necessidade de fixar muitas cordas...” Com o Kangchenjunga, alcançado esta segunda-feira, 22 de Maio de 2006, João Garcia conquistou o seu sétimo cume de 8 mil metros - e só existem 14 no mundo inteiro - e confirmou o seu valor como o maior alpinista português.

Ligações interessantes:
Millennium BCP - Expedição ao Kangchenjunga
Blog da Expedição ao Kangchenjunga

segunda-feira, maio 22, 2006

João Campos

Tenho andado extremamente atarefado e não era certamente com esta notícia que eu desejava voltava a escrever no Blog mas como até tenho uma série de coisas de que vos espero falar muito em breve vou falar um pouco no João.

O João era um companheiro da Casa do Benfica lá do Fundão, faleceu fez ontem uma semana enquanto treinava ciclismo. Na zona da Golegã, foi vítima de atropelamento. Os pormenores da tragédia não os conheço e mesmo que os conhecesse não os exploraria, não é essa a forma que gosto de recordar as pessoas por quem tenho algum carinho ou admiração.

Há uma expressão que me assalta a cabeça nesta alturas: "Morrem cedo aqueles que os Deuses amam"

O João era seguramente um daqueles a quem os Deuses amam! Também... só podiam... um tipo completamente simples, sem caganças, um tipo que lutou a pulso para conquistar tudo quanto levou deste mundo. Admiro o João e dele guardo uma séries de pequenas lições. Daquelas coisas muito simples que apenas os grandes homens são capazes de nos ensinar.

O João ficou hospedado comigo, uma semana na Patagónia em 2005, fomos ali para disputar o Campeonato do Mundo GreenCup (Duatlo de Montanha). Nesses dias fiquei a conhecer melhor aquele tipo, que era meu companheiro de equipa no Fundão, mas a quem conhecia pouco mais que a simpatia e um grande talento para o desporto sobretudo para correr forte. Com umas 8 horas de fuso horário o João fazia todo o seu dia em função das horas portugueses para saber a que horas poderia ligar à Carla (a sua esposa), aos Pais mas sobretudo à sua filha. Era impressionante a maneira entusiasta como o João falava com os seus. Claro que toda a gente gosta dos seus mas isto é como a Fé, todos a têm mas uns são mais praticantes que outros e o João era mesmo praticante. Daqueles mesmo a sério!! Qualquer família que integre alguém com aquele empenho em partilhar tudo e mais alguma coisa, só pode ser muito unida e solidária. Isto eu aprendi com o João.

O outro coisa deliciosa no João eram os seus comentários no final das provas. Parecia que ficava tomado pelo soro da verdade e fazia comentários fantásticos dos quais eu destaco um, feito no Cartaxo logo após ter conquistado a medalha de bronze no Nacional de Duatlo e que vou partilhar connvosco:

Nesse manhã eu abordei o João a dizendo-lhe que devia ter calma e inteligência na gestão da sua prova, que não devia ser ele a rebocar os grupos no ciclismo já essa responsabilidade era doutros que não dele. Fiz isto porque o João era daqueles tipos que corria de peito aberto, com todo o seu potencial não guardava nada, dava sempre tudo. Enquanto ali houvesse gasolina aquele acelerador estava a fundo!! O João fez uma prova brilhante. Correu na frente e quando no ciclismo estava tudo a olhar uns para os outros ele atacou e foi embora sozinho entrando isolado na transição. Apesar de apanhado pelo Alcino Serras e pelo Rui Belo na corrida final segurou a medalha de bronze e no final lá dizia ao micro de forma apaixonada (o peito estava sempre bem aberto): "Eu sou um lutador, não guardo nunca nada para depois, se posso...ataco!! Sou assim desde miúdo. SOU UM LUTADOR E VOU MORRER A LUTAR"

É esta forma apaixonada de estar na vida que eu guardo do Chiapa (era que nos tratávamos depois daquela semana na Argentina). Vou ter saudades de ir para o Fundão e à passagem por Abrantes ligar ao Chiapa que me convidava logo para ir jantar com ele. Vou ter saudades de ouvir as declarações do João mas sobretudo vou ter saudades das lições de humildade que ele dava a todos quantos com ele privavam.


Mas como ontem diziam na homenagem que lhe foi feita no Duatlo de Grândola "Só se morre quando se morre na memória dos Homens". Fica aqui o meu contributo para que a memória do João perdure no tempo. Eu não o vou esquecer!!

sexta-feira, maio 12, 2006

TOU PIOR QUE ESTRAGADO

Quebro quase um mês de silêncio só para dizer que tou pior que estragado. Pu** da mania de fazer tudo enquanto conduzo, deixei voar o cabr*o do talão da CREL e tive de arrotar com mais de 40€ para o percurso entre Queluz e Pontinha...um grande percurso....sem nenhuma saída pelo meio... que o me custou o mesmo que ter vindo de Grijó...

Se apanho a gaja que estava na portagem....