quarta-feira, novembro 23, 2005

Escalada

Se o S.Pedro não se lembrar de dar uso às suas potentes mangueiras o próximo fim-de-semana voltará a ser fim-de-semana de escalada. Isto porque estou a frequentar um curso do GMESintra. A ideia é eu ganhar alguns conhecimentos mais e destreza no manuseamento dos instrumentos normalmente usados na escalada e a que por vezes se tem de recorrer para quem é um adepto das montanhas. Confesso que antes do inicio deste curso a minha vontade em dedicar muito tempo e algum dinheiro à escalada propriamente dita não era muito. Encarei o curso apenas como uma forma de adquirir conhecimentos que permitam ir mais longe e com mais segurança nas “brincadeiras” que vou fazendo em montanha. No entanto, e apenas após dois dias a praticar fiquei seduzido pela coisa. O meu jeito não é grande mas isso por si só acaba por constituir um desafio: aprender a fazer qualquer coisa para a qual não se é especialmente dotado.

Aqui vos deixo uma imagem do curso (feita pelo Zé Maria), numa altura em que o pessoal aprendia a fazer a manobra de passar a corda no top. Neste dia o local escolhido foi o Penedo da Amizade, na Serra de Sintra. A chuva não deixou o pessoal subir mais alto mas deu para ver o filme.

Acho que arranjei mais uma maneira de gastar, os já curtos, tempos livres. Mas como diz a Nelinha-das-Lãs (minha Mãe): Quem corre por gosto por não cansa!!

segunda-feira, novembro 14, 2005

Vanessa, a MÁIOR!!

Ah e tal eu até podia gabar aqui as qualidades atléticas da Vanessa Fernandes mas o que mais me faz admirar a Vanessa Fernandes são as suas qualidades humanas. Depois de ter o mundo do triatlo a seus pés ainda consegue ter humildade e descernimento para agir sabendo que se não trabalhar ainda mais não fica lá em cima durante muito mais tempo. Os meus mais sinceros parabéns a esta senhora (menina é já só mesmo no BI) do desporto mundial.

O tipo de qualidades humanas que a Vanessa exibe são daqueles que me fazem acreditar que será ela a grande Rainha Olímpica depois da Rosa Mota. Ser-se atleta de topo não é ter só qualidades físicas, é preciso ser-se inteligente e não ter caganças. São essas características que identifico na Vanessa, no Bruno Pais e noutros triatletas da nossa praça. Infelizmente não em todos. Andam por ai alguns que ainda não ganharam nada mas em vez de um trazem quinze, quinze Reis na barriga...

Miúda: És GRANDE!!!

quinta-feira, novembro 03, 2005

Aneto


No passado fim-de-semana, aproveitando o feriado do 1 Novembro fui aos Pirinéus. A ideia era subir ao Aneto. Fui com um grupo muito numeroso, pessoal do Fundão, pessoal de Lisboa que já conhecia, amigos de amigos que ainda não conhecia. Tivemos alguns apoios que sempre serviram para algum material e ajudar na despesa de alugar um mini-bus que nos levasse até aos Pirinéus. Partimos na sexta-feira e no sábado à tarde chegamos a Benasque. Pelo caminho apanhamos uns quantos sustos com os drivers que nos calharam. Valentes artistas!!
Chegados à Chamonix dos Pirinéus rumamos à Barrabés. Uma loja que é uma referência no mundo do montanhismo. Fiquei decepcionado, as coisas eram mais caras que na web. Dali fomos a uma outra loja alugar crapons e piolets já que para atravessar o Glaciar do Aneto é obrigatório levar esses materiais.
Arrancamos de Benasque rumo ao Llanos de Besurta, uma zona verde a partir da qual não há estradas, apenas caminhos de montanha. Rumamos então ao abrigo La Renclusa. As obras ali já duram há bastante tempo, tipo Obras de Santa Ingrácia. Mas a coisa até está com muito jeitos de ficar porreira daquilo a algum tempo. Essa noite foi um avacalhanço à moda antiga no quarto do abrigo.

(abrigo Renclusa)

Na manhã seguinte, pelas 5 horas, arrancamos rumo ao Aneto. A coisa parecia estar a correr bem. O céu estava estrelado o pessoal estava todo a andar junto e a bom ritmo. Fomo-nos chegando à cota do Portillon. Aqui começou a coisa a mudar. O tempo piorou, ficou nevoeiro e o Henrique sentiu-se mal e foi obrigado a voltar para trás. Acabamos por nos perder, não vimos o acesso ao Portillon Superior e fomos dar ao Glaciar da Maladeta (um outro pico algo mais baixo que o Aneto). A partir deste instante houve quem achasse que estava a subida comprometida, ainda assim continuámos. Acabamos por dar com o Portillon Superior eram já 10 da matina e nós com 5 horas nas pernas (o raio da corda que trazia às costas estava cada vez mais gorda e pesada). Dai fomos avançando com alguns grupos espanhois pela frente. Atravessamos o caos de blocos e chegamos até meio do glaciar. Aqui houve um plenário presidido pelo único gajo num raio de uns km's que tinha GPS com os picos da redondeza correctamente marcados. Foi fácil chegar-se a uma decisão eram já 14 horas, nós tinhamos já 9 nas pernas e ainda havia que regressar. A visibilidade não era mais que de 15-20 metros e pronto...assunto arrumado! Toca a voltar para trás com o Aneto ali tão perto...quase que lhe sentia o cheiro. Tive pena. Mas em montanha, com aquelas condições climatéricas não se pode arriscar. Daqui a uns meses o Aneto ainda lá está e eu hei-de fazer-lhe a folha!!

O regresso é penoso. Nunca imaginei. Chegar ao Portillon ainda é naquela, as pernas já vão maçadas mas vão... dali para baixo é que é o diabo!! Só calhau, sobre calhau. Somos obrigados a meter travão com os joelhos durante umas duas horitas. A dôr nas articulações roça o insuportável, mesmo para um gajo que até é paciente! Devo dizer que ainda apanhei um belo susto. Na descida optámos por fugir ao caminho marcado pelas Marialvas e seguir recto para o Abrigo. Má ideia. A certa altura a neve acabava e aparecia algum gelo sobre os calhaus. Tive ali um pequeno resvalar do pé rumo ao abismo. A corda e restante equipamento - que por aquela altura já pesavam 2000 Kg - fizeram de embaladeira e cheguei a ver a minha vida mal parada. Veio a calhar a moral e as dicas do Jorge que fizeram com que eu largasse a porcaria do piolet e começasse a descer mais à tarzan. Resultou.

Chegados ao Abrigo, tivemos apenas o tempo de arrumar o resto do material e rumar à Besurta onde o minibus nos esperava. Nessa noite ficamos em Benasque e no dia seguinte rumamos a casa. Quase morremos pelo meio, mas isso o condutor que explique!!!!

Ironbike.4

No próximo fim-de-semana o Carmo vai estar com o Nuno Gomes e vai-me trazer o cd com as fotos que ele tirou no Ironbike, vão de certeza ajudar a ilustrar a estória (que já vai bem demorada). Logo que veja alguma jeitosa eu publico aqui. Se bem me lembro no Ironbike.3 tinhamos acabado de chegar a Salluzzo. No dia seguinte lá demos umas voltas pela cidade. Demos um salto ao Aeroporto de Malpenza, perto de Milão, para apanhar o Patrício. Lá resolveu o problema de saúde e veio ter connosco. Passámos por Turim mas não deu para grandes voltas.
À tarde fizemos mais um treininho pelas redondezas de Salluzzo. As tendas estavam agora no Campo Base do Iron. Um campo de futebol que lentamente foi ganhando alguma côr com os biciclistas que iam chegando: Turcos, Checo-Turcos, Charoleses, Contra-Charoleses, Movskos. No treino voltou a ser necessário meter um par de italianos na ordem. Não é que vamos nós muitos descansadinhos subida acima quando me aparecem duas artistas literalmente a sprintar para ver se nos arrancavam os autocolantes das bikes com a ventania provocada pelo speed... Lá tivemos de enfiar a taleiga e retribuir o mimo...

A primeira etapa do Iron consiste de um prólogo nocturno pela zona antiga da cidade. Inclui umas quantas descidas por escadarias antigas. Fomos procurá-las para ver que tal aquilo se fazia... ao segundo lance já eu estava esticadinho no chão para abrir a pestana! levava pouco ar na suspensão, aquilo amochou e dali ao chão foi um repente. Na sexta-feira ainda demos uma saída à noite. Não é mito: as italianas têm mesmo muita pinta!!

O Nuno Gomes e o Guillaume chegaram entretanto e lá nos instalamos o acampamento tuga.

Sábado: esta cena começa hoje! Demos um jeito nas bikes, fomos comprar umas coisitas que davam jeito. Câmaras de ar, desmontas, etc. Antes do jantar houve um briefing. Ai a coisa já deu a entender que ia ser bem dura e que havia algo de diferente relativamente àquilo que o Fernando Carmo nos falara. As informações prestadas não eram nada de especial e não apareceu o gajo bacano chamado Pipino. Enfim, só se ia passar o prólogo e o tempo ai perdido não tinha peso nenhum no resultado final. Nesta altura ainda tinhamos ambições a um lugar jeito, principalmente o Catarino que estava realmente cheio de força.

O prólogo foi feito por várias mangas. Nenhum de nós levou aquilo muito a sério. Com receio de repetir as quedas até corri com sapatilhas de atletismo em vez de sapatos para os pedais automáticos, foi quase tanto o tempo com a bike pela mão nas escadarias como a pedalar. Foi giro correr à noite passando pelas ruas dos bares com aquilo cheio de malta. Curti! Não me esqueço é da humidade que ainda estava às onze da noite. Um gajo esperto topava logo que no dia seguinte a coisa seria dificil... mas eu não topei nada!!!