segunda-feira, outubro 30, 2006

Maratona do Porto - Antes tarde que nunca!

Mais vale tarde que nunca! Já o diziam os antigos e é verdade.

Assim sendo, aqui fica um pequeno registo da Maratona do Porto onde fui dar uma mãozinha ao Miguel Jourdan para bater o record do Fernando Carmo (piquem-se praí!!).
Só fiz a segunda metade da prova mas acabou por ser uma manhã bem passada. Confesso que já sentia saudades de estar em prova (ainda que aqui só tenha estado meio em prova) e deu-me algum gozar puxar a segunda meia ao Jourdan que acabou por fazer 2h44m. Os primeiros quilómetros que estive com ele ainda custaram um pouco, não só devido ao vento de frente que se fazia sentir com alguma intensidade, mas sobretudo ao fraco andamento das minhas pernas. Corremos entre 3'45'' e 3'50'' (por km) mas depois o ritmo quebrou um pouco e os últimos km's sobre o paralelo já foram feitos um pouco acima dos 4' por km.

Esta participação, para além do gosto em dar apoio aos amigos, surge porque tinha em mente fazer em Dezembro fazer a Maratona de Lx, mas já disse tudo: TINHA! O dia-a-dia não tem dado tréguas e não me sinto com suficientes Km's nas pernas para enfrentar a prova como desejo. Assim... conversamos lá para Abril, em Londres!!


Jourdan e eu junto à Foz

Ironman Hawaii

Ainda que em termos do espectáculo televisivo live a minha preferência recaia claramente nas provas de Triatlo com distâncias até ao olímpico (1500; 40; 10) tenho o Ironman do Hawaii em especial conta e foi com grande entusiasmo que assisti via ironmanlive.com à sua transmissão. Para os menos familiarizados com esta prova eu posso dar uma dicas. Foi a partir do primeiro IM, em 1978, que a modalidade conheceu visilidade (antes desta data há registos de alguns triatlos em distâncias mais curtas) e se deu a conhecer ao mundo, sobretudo pela "loucura" das distâncias que os atletas cumpriam: 3800 metros de natação, 180Km de ciclismo e 42,2 Km de corrida. Desde então a modalidade evoluiu e conheceu alterações que tiveram objectivo de a tornar mais aptecível tanto para os praticantes como para o público. Hoje em dia a distância mais "comercial" é a Olímpica. É nesta distância que se disputam Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e Taças do Mundo. É também sobre esta distância que competem a Vanessa Fernandes e o Bruno Pais.


A partida


Um dos muitos Age-Groupers

Indiferente à tendência mais europeia (não sei até que ponto é correcto eu dizer isto) de diminuir as distâncias e tornar o triatlo mais competitivo o americanos lá fizeram os seus IM crescer a coisa tornou-se num fenómeno super aliciante e atractivo para todos os viciados do treino (espécie abundante na comunidade triatlética). Eu considero o espéctaculo em si demasiado americanado: até se canta o hino dos USA antes da partida. As histórias de superação pessoal tipo Armstrong são às dezenas. Veteranos de guerra são alguns, deficientes motores são mais uns tantos e não fosse a forma como estas histórias são exploradas tudo seria muito louvável. Mas passemos à frente!

A prova em si é um regalo para os mais ferverosos adeptos da modalidade, uns milhares de atletas, braços e mais braços a tentar progredir na água. A coisa é de tal forma que por vezes é difícil encontrar a água entre tanta gente!

Este ano o primeiro segmento foi extremamente lento. Todos os favoritos nadaram em magote na frente e por pouco não era uma senhora que chegava à Transição 1 na liderança da prova. Nestas condições quem mais beneficiou foram os ciclistas mais fortes que tiveram oportunidade de se colocar na frente desde os primeiros quilómetros. Neste segmento o homem do dia foi o alemão Normann Stadler (vencedor em 2004) que deu um verdadeiro recital em cima da bike e bateu o melhor tempo do percurso (fez 4h18m). Atrás dele rolou um grupo com os restantes candidatos ao triunfo mas que chegou à segunda transição já com mais de 10 minutos de desvantagem. Assim sendo, apesar da boa corrida do Chris McCormack, o Stadler resistiu e venceu o seu segundo IM Hawaii. Muito interessante foi a prova do Espanhol Eneko Llanos que foi 5º mas com uma prova muito equilibrada, provando que é um dos mais completos do mundo do triatlo: faz excelentes resultados na distância olímpica, brilha no triatlo BTT e tem estado em grande nos IM que se propõe fazer.

Normann Stadler voou baixinho!!


Nas senhoras outra ex-olímpica Michellie Jones foi a grande figura do dia, vencendo pela primeira vez.

A prova também contou com uns quantos portugueses. De entre os que ali participaram há estórias muito interessantes de dedicação ao treino. O Rui Rodrigues é o que mais merece a minha admiração. Vive em Sesimbra, vem todos os dias para Lisboa, tem três filhos, uma empresa de informática, uma lesão e ainda assim baixou das 10 horas!! Brilhante!! O Sérgio Dias, apesar de me parecer que estoirou na Maratona, também baixou das 10 horas na estreia o que é digno de nota. O João Santos foi outro PT nos Age-Groups, fez 12h.17m.

Em prova esteve ainda o Sérgio Marques (este entre os Pros) que foi 19º com 8h40m32s. Para ele eu colocava a fasquia mais alta. Parece-me que ainda precisa de trabalhar bastante na natação e mais ainda no ciclismo (encara normalmente de forma muito controlada, pensando no parcial de corrida). Apesar de ter feito o melhor parcial no segmento de corrida (2h43m55s) acho que perder 21 minutos para o grupo dos principais candidatos (não falo nos 32 para o Stadler) é demais para quem tem ambições a lutar pelo top10.