segunda-feira, outubro 30, 2006

Ironman Hawaii

Ainda que em termos do espectáculo televisivo live a minha preferência recaia claramente nas provas de Triatlo com distâncias até ao olímpico (1500; 40; 10) tenho o Ironman do Hawaii em especial conta e foi com grande entusiasmo que assisti via ironmanlive.com à sua transmissão. Para os menos familiarizados com esta prova eu posso dar uma dicas. Foi a partir do primeiro IM, em 1978, que a modalidade conheceu visilidade (antes desta data há registos de alguns triatlos em distâncias mais curtas) e se deu a conhecer ao mundo, sobretudo pela "loucura" das distâncias que os atletas cumpriam: 3800 metros de natação, 180Km de ciclismo e 42,2 Km de corrida. Desde então a modalidade evoluiu e conheceu alterações que tiveram objectivo de a tornar mais aptecível tanto para os praticantes como para o público. Hoje em dia a distância mais "comercial" é a Olímpica. É nesta distância que se disputam Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo e Taças do Mundo. É também sobre esta distância que competem a Vanessa Fernandes e o Bruno Pais.


A partida


Um dos muitos Age-Groupers

Indiferente à tendência mais europeia (não sei até que ponto é correcto eu dizer isto) de diminuir as distâncias e tornar o triatlo mais competitivo o americanos lá fizeram os seus IM crescer a coisa tornou-se num fenómeno super aliciante e atractivo para todos os viciados do treino (espécie abundante na comunidade triatlética). Eu considero o espéctaculo em si demasiado americanado: até se canta o hino dos USA antes da partida. As histórias de superação pessoal tipo Armstrong são às dezenas. Veteranos de guerra são alguns, deficientes motores são mais uns tantos e não fosse a forma como estas histórias são exploradas tudo seria muito louvável. Mas passemos à frente!

A prova em si é um regalo para os mais ferverosos adeptos da modalidade, uns milhares de atletas, braços e mais braços a tentar progredir na água. A coisa é de tal forma que por vezes é difícil encontrar a água entre tanta gente!

Este ano o primeiro segmento foi extremamente lento. Todos os favoritos nadaram em magote na frente e por pouco não era uma senhora que chegava à Transição 1 na liderança da prova. Nestas condições quem mais beneficiou foram os ciclistas mais fortes que tiveram oportunidade de se colocar na frente desde os primeiros quilómetros. Neste segmento o homem do dia foi o alemão Normann Stadler (vencedor em 2004) que deu um verdadeiro recital em cima da bike e bateu o melhor tempo do percurso (fez 4h18m). Atrás dele rolou um grupo com os restantes candidatos ao triunfo mas que chegou à segunda transição já com mais de 10 minutos de desvantagem. Assim sendo, apesar da boa corrida do Chris McCormack, o Stadler resistiu e venceu o seu segundo IM Hawaii. Muito interessante foi a prova do Espanhol Eneko Llanos que foi 5º mas com uma prova muito equilibrada, provando que é um dos mais completos do mundo do triatlo: faz excelentes resultados na distância olímpica, brilha no triatlo BTT e tem estado em grande nos IM que se propõe fazer.

Normann Stadler voou baixinho!!


Nas senhoras outra ex-olímpica Michellie Jones foi a grande figura do dia, vencendo pela primeira vez.

A prova também contou com uns quantos portugueses. De entre os que ali participaram há estórias muito interessantes de dedicação ao treino. O Rui Rodrigues é o que mais merece a minha admiração. Vive em Sesimbra, vem todos os dias para Lisboa, tem três filhos, uma empresa de informática, uma lesão e ainda assim baixou das 10 horas!! Brilhante!! O Sérgio Dias, apesar de me parecer que estoirou na Maratona, também baixou das 10 horas na estreia o que é digno de nota. O João Santos foi outro PT nos Age-Groups, fez 12h.17m.

Em prova esteve ainda o Sérgio Marques (este entre os Pros) que foi 19º com 8h40m32s. Para ele eu colocava a fasquia mais alta. Parece-me que ainda precisa de trabalhar bastante na natação e mais ainda no ciclismo (encara normalmente de forma muito controlada, pensando no parcial de corrida). Apesar de ter feito o melhor parcial no segmento de corrida (2h43m55s) acho que perder 21 minutos para o grupo dos principais candidatos (não falo nos 32 para o Stadler) é demais para quem tem ambições a lutar pelo top10.

1 comentário:

Anónimo disse...

Forca David, estas no caminho certo!