Um dos muitos Age-Groupers
Indiferente à tendência mais europeia (não sei até que ponto é correcto eu dizer isto) de diminuir as distâncias e tornar o triatlo mais competitivo o americanos lá fizeram os seus IM crescer a coisa tornou-se num fenómeno super aliciante e atractivo para todos os viciados do treino (espécie abundante na comunidade triatlética). Eu considero o espéctaculo em si demasiado americanado: até se canta o hino dos USA antes da partida. As histórias de superação pessoal tipo Armstrong são às dezenas. Veteranos de guerra são alguns, deficientes motores são mais uns tantos e não fosse a forma como estas histórias são exploradas tudo seria muito louvável. Mas passemos à frente!
A prova em si é um regalo para os mais ferverosos adeptos da modalidade, uns milhares de atletas, braços e mais braços a tentar progredir na água. A coisa é de tal forma que por vezes é difícil encontrar a água entre tanta gente!
Este ano o primeiro segmento foi extremamente lento. Todos os favoritos nadaram em magote na frente e por pouco não era uma senhora que chegava à Transição 1 na liderança da prova. Nestas condições quem mais beneficiou foram os ciclistas mais fortes que tiveram oportunidade de se colocar na frente desde os primeiros quilómetros. Neste segmento o homem do dia foi o alemão Normann Stadler (vencedor em 2004) que deu um verdadeiro recital em cima da bike e bateu o melhor tempo do percurso (fez 4h18m). Atrás dele rolou um grupo com os restantes candidatos ao triunfo mas que chegou à segunda transição já com mais de 10 minutos de desvantagem. Assim sendo, apesar da boa corrida do Chris McCormack, o Stadler resistiu e venceu o seu segundo IM Hawaii. Muito interessante foi a prova do Espanhol Eneko Llanos que foi 5º mas com uma prova muito equilibrada, provando que é um dos mais completos do mundo do triatlo: faz excelentes resultados na distância olímpica, brilha no triatlo BTT e tem estado em grande nos IM que se propõe fazer.
Nas senhoras outra ex-olímpica Michellie Jones foi a grande figura do dia, vencendo pela primeira vez.
A prova também contou com uns quantos portugueses. De entre os que ali participaram há estórias muito interessantes de dedicação ao treino. O Rui Rodrigues é o que mais merece a minha admiração. Vive em Sesimbra, vem todos os dias para Lisboa, tem três filhos, uma empresa de informática, uma lesão e ainda assim baixou das 10 horas!! Brilhante!! O Sérgio Dias, apesar de me parecer que estoirou na Maratona, também baixou das 10 horas na estreia o que é digno de nota. O João Santos foi outro PT nos Age-Groups, fez 12h.17m.
Em prova esteve ainda o Sérgio Marques (este entre os Pros) que foi 19º com 8h40m32s. Para ele eu colocava a fasquia mais alta. Parece-me que ainda precisa de trabalhar bastante na natação e mais ainda no ciclismo (encara normalmente de forma muito controlada, pensando no parcial de corrida). Apesar de ter feito o melhor parcial no segmento de corrida (2h43m55s) acho que perder 21 minutos para o grupo dos principais candidatos (não falo nos 32 para o Stadler) é demais para quem tem ambições a lutar pelo top10.
1 comentário:
Forca David, estas no caminho certo!
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