Ao nível da sssspetacularidade

Peço desculpa/lamento mas tenho de aqui meter um bucha entre a última e a próxima posta da viagem à checo-turquia.

Ora, cerca de nomeadamente processou-se o que derivado relativamente à explicação que passo a efectuar. Os meus primos Ómar, o Pidá (o Caçula) e o Janelo como boas lagartixas que são lá se entregaram de corpo e alma à comemoração de mais um aniversário da Casa do Sporting no Paúl. E eu, Benfiquista invertebrado, também pelo segundo ano consecutivo lá me ajuntei a eles porque de facto vale a pena! Aquilo são pérolas meu caros, pérolas!!

Este ano, ainda antes de ir para lá para passar a noite, fiz uma primeira incursão de bicicleta. Genial! As lagartixas tinham armado uma sssssspectacular arruada (até a GNR teve de piar fininho e contornar a dita sem armar ondas) apetrechados com bombos, aparelhagem sonora Quim-Barreiral e uma Torneira de Imperial auto-portada numa carrinha de caixa aberta. Com estes apetrechos espalharam magia, ninguém passou sede e deixaram-me com a certeza de que o clube dos nobres está cheio de bêbados iguaizinhos aos do Benfica.




Eu ainda tentei gravar com o telemóvel o discurso emocionado do Presidente do núcleo mas a porra do telemóvel é novo e eu ainda não domino a gerigonça, pelo que, basicamente não gravei a ponta dum chavelho. O que me vale é que para além de eu ser extremamente bonito (mais ou menos, vá...) sou também extremamente inteligente (estou no extremo, ou seja, apenas o necessário para conseguir respirar) e fixei parte do discurso, pleno de pérolas, que passo a citar:


Diante dos sócios e exibindo um apurado sentido democrático: "Eu é que sou o presidente desta casa! Quem manda aqui sou eu!!"

Responde alguém: "Não senhor! Somos todos, os sócios!"

Presidente: "Mintira! Sou eu! Quem manda aqui sou eu e só falais comigo! Mais ninguém!"

"E digo mais! Eu sei o que se passou ontem, foi uma vergonha. Eu não sei de nada, nem ninguém me contou mas já sei de tudo! E digo-vos que se eu cá estivesse ontem na votação iam de todos de cana para casa!"

E diz alguém: "deixa falar o sócio número 1"

Diz ele: "Não senhor, só falo eu porque hoje estamos aqui e amanhã estamos noutro coté. Another place!"

Diz alguém: "Tem de falar só português porque ósenão o pessoal não compreende."

Diz o olhar dele: "sendendes todos burros!"

...

Dez minutos depois desta espectacularidade discursiva: "Viva o nosso núcleo e o camandro parabéns a você e o caraicho"



Seguiu-se uma incursão a festa da qual lamento não ter imagens na medida em que era uma Festa da Espuma no ringue da Escola Primária da Erada com uma piscina feita de andaimes e plásticos. Tinha um castelo insuflável para crianças do qual eu consegui ser expulso por duas ocasiões. Segundo o chefe da banda eu não podia dar cambalhotas havendo por ali crianças. Anuí e retirei-me (fui buscar mais uma imperial).

Depois haviam por lá umas damas, e aqui eu peço a vossa ajuda. Diz que uma delas estuda em Coimbra, é gira como o diabo, e será ali da Erada. Já virei o Hi5 do avesso mas não lhe acho o rasto. Se alguém puder fornecer pistas eu talvez vos venha agradecer num futuro próximo (dã-se alvísceras). Não faço puto ideia do nome dela, não tenho fotos e só faço votos que não fosse a cerveja a induzir-me em erro, mas acho que não!

Não é nenhuma destas. Mas a da direita parece a Amélie, e isso fica-lhe bem.

Um grande bem haja à lagartixa Caçular pelos kodaks!!

Paquistão.1

Corações ao alto!

Como seria de prever, desde que regressei do Paquistão ainda não tive tempo para aqui deixar um relato à altura. Mas como está previsto um artigo para a Sport Life, a sair lá para Setembro vão-se lixar e comprem masé a revista!!! Vá, pronto, eu gosto muito de vocês os 8 (eram oito, não eram?).


Tendo limitações óbvias para transformar em palavras de blog a experiência, atendendo à dimensão quasi-orgásmica que constitui para um devoto montanhês estar ali assim à beirinha do K2 (entre outros templos), atendendo ainda também ao mau desempenho da máquina fotográfica que me decidi a levar, temos todos de nos contentar com o medíocre relato que vos proporciono. Pior: será um relato dividido em suaves prestações, de periodicidade duvidosa e sem prazo anunciado...


Mas também: prestações e contentamento com o medíocre não é nada que não estejamos habituados em Portugal, siga lá a marinha faxa'vor!!


Islamabad (de forma muito sucinta):
Faz por lá um calor infernal. Misturado com uma humidade de fazer inveja a qualquer estufa, um tipo parece um peixe fora de água quando sai porta fora do aeroporto. Como chegámos muito cedo (7 da matina por lá) abrimos a pestaninha com duas horas e pico de seca no aeroporto. Enquanto o João se desdobrava em contactos para a agência que tinha sido contratada por ele para toda a operação logística da expedição ao Broad Peak (e que começava muito bem, deixando os clientes à seca), eu ia-me dedicando ao guardamento de malas e a inbestigar o curioso índice de homens de mão dada que por ali andavam. Pensei que seria de beberem todos Gaytorade, mas não era! O João lá me explicou (por A+B, e mais tarde o meu empírismo confirmaria a tese) que ali a rapaziada vive numa sociedade de tal forma masculina que é perfeitamente normal que amigos expressem publicamente a amizade que sentem de uma forma que nós apenas associamos ao relacionamento amoroso. Nada de mal, antes pelo contrário, afinal de contas amizade é também (uma espécie de) amor.


Lá chegámos ao hotel. Um hotel jeitoso, cheio de canais internacionais nas tv's. Não fora a falta de luz na Suiça e até conseguíamos ver os Jogos do Euro. Diga-se ainda que falta de luz ali não é problema. O pessoal tem geradores em barda. Que trabalham toda a santa noite ali assim por debaixo da janelinha do quarto. Não fora eu um talentoso dormidor e não teria pregado olho, mas sou. Apesar de pensar que tinha um camião-betoneira a operar toda a noite por debaixo da janela, tudo tranquilo.



Passámos o primeiro dia ali. No dia seguinte veio o Moons, o rapaz Dinamarquês que se juntaria ao João na subida ao Broad Peak. Havia uns avisos para os Dinamarqueses terem cautela, já que à conta de uma caricaturas há dramas para eles. Na prática não se vê nada disso, mas enfim... Assim sendo, o Moons assegurou que manteria um low-profil e chegaria ao Hotel sem drama. Posso comprovar que chegou mas já na parte do low-profil temos dúvidas, quer dizer... um gajo de 1,90 metros, branco como tudo, cabelo amarelo, orelhas proeminentes, olhos azuis, boné branco, meias de descanço pretas até ao joelho a matizar com o calção bége e uns bótões de montanha preta tamanho 45 ou 46... vá... quase low-profil... quase... :-)


No outro dia de manhã estávamos entre dois cenários: fazer de carro, durante dois dias a Karakorum Highway, ou ter bom tempo e viajar directamente para Skardu. Apesar de uma tentativa de boicoite por parte de uns artistas que deviam receber mais se fossemos de carro lá apanhámos o voo. Um voo brutal, com vista panorâmica sobre o K2, Nanga Parbat, Broad Peak, Rakapochi... Uma aterragem cheia de ésses, entre vales, até o avião perder altitude, alinhar com a pista e aterrar em Skardu.




Em Skardu ficámos apenas uma noite e no dia seguinte partimos para a viagem de jeep até Askoli. No nosso hotel estavam a Helena e o Paulo Coelho (quem leu o Mais Alta Solidão do João conhece) à nossa espera para irmos juntos para cima.


O post já vai longo e terá de ficar por aqui. Prometo que vou tentar que o próximo venha muito em breve, mas com provas a dobrar em todos os fins-de-semana e os Jogos Olímpicos ai à porta o serviço está a começar a ficar de novo animadinho. De quinta a uma semana zarpo para Pequim e ainda nem o visto fui tratar (hoje fui lá mas bati com o nariz na porta). Consta que leva 3 dias, sem drama...

Imagens do Paquistão

Aqui ficam as primeiras imagens da viagem ao Paquistão. Para os próximos dias ficam algumas linhas de texto e mais imagens.

João, com uns atacadores novos e spetaculares!

Saudações!

Cabrinha

Moi memme, no Campo Base do Broad Peak. K2 ao fundo.

Miss Scott, Moons, João, Eu

Paulo Coelho e João

Carregadores durante uma festa

Vale de Baltoro

Em Islamabad

Yo!!
Arranjei aqui um bocadinho no Hotel para vir cuidar dos mails e dar noticias. Melhor que mandar cerca de varios mails e' escrever aqui qualquer coisa.

Ja estamos em Islamabad (ja la vou ao estamos), voamos esta manha de Skardu, num voo muita curtido que passa mesmo pertinho de alguns gigantes (hoje nao deu para ver o K2 mas passamos muito pertinho do Nanga Parbat e do Rakapochi). E' bonito que ate doi!!

Tirando a fome que tenho (mae fica descansada que ja ali vou comer qualquer coisinha) esta tudo do melhor! As fotos e os reports detalhados terao de ficar para outra ocasiao, outras postas... Estes dias foram do melhor que ja tive nesta minha existencia. Vou regressar absolutamente maravilhado (excepto com o caos rodoviario, va...).

Aqui na cadeira atras de mim, tambem cheio de fome, agarrado ao PC do Hotel vai para duas horas, com o labio rachado e a tola ferida esta o Moons, o rapaz Dinamarques que veio escalar o Broad Peak com o Joao. Infelizmente ontem ao chegar ao lobby do Hotel em Skardu (imaginem Manteigas ca do sitio) vejo os 2 sacos e a mochila do Moons, fiquei com coracao numa cesta. Eu tinha saido na terca-feira do Campo Base (ele e o Joao tinham la ficado, claro!) e desde entao tinha estado a dar ao caneto e totalmente a leste de noticias. La tratei de saber que conho se tinha passado. Nada de grave, mas a cautela nestas coisas teve o preco da expedicao: a caminho do Campo 1 o Moons levou com uma pedrada no labio e outra na cabeca. Vinham uns artistas franceses armados em rapeladores sem terem cuidado nenhum e provocaram uma verdadeira avalanche de calhau, que num instante ganhou grande velocidade... O Moons ficou ali meio zonzo mas o Joao trouxe-o logo para baixo. Durante a noite vomitou e podendo ser uma contusao nao restou alternativa que nao fosse o resgaste de helicopetro desde o Campo Base para checar tudo em Skardu. O JG, como verdadeira maquina que e' (confesso que a minha admiracao por ele conseguiu crescer nestes dias) voltou a subir e ja tera passado duas noites no Campo 2.

Ate ver o Moons esta bem, apesar da dor de carola. Julgo que o lhe doi mais ainda e' a alma de nao poder ir la acima. Mas os montes ficam ca e ele pode sempre voltar! Devo dizer que tambem e' um rapaz que me fica gravado no peito (nao bebi GAYTORADE, ok?), um curtido do mais alto nivel, um atleta do demonio (8h40 no Ironman) e com uma maneira muito interessante de viver e fazer as coisas.

Bom... por agora e' tudo! Tamos mortos de fome!!

Bem hajam pelos beijinhos e abracos. Ate breve!