quinta-feira, outubro 27, 2005

segunda-feira, outubro 24, 2005

Messner

Há dois anos a National Geographic lançou um número comemorativo dos 50 anos da ascensão do Evereste. Ontem mexi lá numas revistas em casa e dei com aquilo. É um cume com grande carisma, ou não fosse o mais alto, e onde se desenrolaram grandes feitos e grandes tragédias.



O cume foi alcançado pela primeira vez por um Neo-Zelandês, o Edmund Hillary e o seu amigo Nepalês Tenzing Norgay. Durante os 30 anos que se seguiram muitas conquistas se sucederam: a primeira escalada por uma mulher, a escalada de um alpinista por um lado da montanha, descida pelo outro, e a primeira descida em esqui. Qualquer um dos feitos foi conseguido com auxílio de oxigénio artificial.
O primeiro a fazer o Evereste sem auxílio de oxigénio artificial um indivíduo italiano, o Reinhold Messner. Um tipo que me desperta uma enorme admiração, o gajo é professor, deputado, escritor, alpinista de grande nível e tenho por ele uma grande admiração. Foi ao procurar alguns dados mais sobre este Italiano nascido na Austria que encontrei em A Fábrica este post muito interessante:

"Messner ficou conhecido em 1970 por escalar uma série de rochas alpinas sem o uso do oxigénio. No ano de 1974, Messner junto com Peter Habeler -outro adepto da filosofia -continuaram as suas escaladas. Ligeiros e ágeis conquistaram o Matterhorm e o Eigerwand. Em 1975 fizeram uma notável escalada no Gasherbrum, a décima primeira montanha mais alta do mundo, sem o uso do oxigénio. A próxima meta era alcançar o Evereste. Messner e Habeler receberam muitas críticas da comunidade médica, que os chamaram de “lunáticos” por estarem colocando em risco a sua própria vida. Sem se importar com as críticas, os dois deram sequência aos seus objectivos.Chegaram ao acampamento base do Evereste em Março de 1978. Iniciando a primeira tentativa no dia 21 de Abril. Alcançam o acampamento III no dia 23 daquele mês. Naquela noite Habeler passou mal devido a uma intoxicação alimentar. Na manhã seguinte, Messner decidiu prosseguir a subida, juntamente com dois sherpas. Ao alcançar o Colo Sul foram surpreendidos por uma violenta tempestade. Enfrentaram temperaturas de 40 graus negativos e ventos fortes durante dois dias seguidos. Exausto e com fome, Messner estava começando a acreditar que seria impossível alcançar o seu objectivo. Até que, finalmente, o tempo melhorou e ele pôde retornar ao acampamento base para se recuperar.Messner e Habeler voltaram a discutir sobre a maneira de alcançar o cume. Habeler sugeriu o uso de oxigénio, mas Messner recusou a usá-lo. Dizendo que, mais importante do que conquistar o cume seria conseguir chegar no mais alto ponto possível sem o uso de oxigénio.No dia seis de Maio eles iniciam outra tentativa. Alcançaram o acampamento III (7200m). Estando agora em altitudes onde poderiam sentir os efeitos da falta de oxigénio. Concordaram em carregar dois cilindros de oxigénio ao acampamento IV, em caso de uma emergência, e haviam feito também um pacto onde voltariam atrás se um ou outro se sentisse mal.No dia seguinte demoraram três horas e meia para alcançar os 7986m do Colo Sul, onde acamparam a noite. Habeler queixou-se de uma forte dor de cabeça. Mas depois de descansar sentiu-se melhor.No dia 8 de Maio, acordaram e iniciaram a tentativa de alcançar o cume. O tempo estava instável, e mesmo assim decidiram deixar o acampamento. A respiração tornava-se cada vez mais preciosa, e os dois passaram a comunicar por gestos. O progresso passou a ser lento, demorando quatro horas para alcançar o acampamento V (8500m), onde pararam para descansar cerca de 30 minutos. O tempo ainda ameaçava, mas decidiram continuar rumo ao cume, que estava a 260 metros acima.Enfrentavam agora um cansaço jamais sentido até então. Os difíceis passos eram apoiados por machados de gelo e a respiração cada vez mais escassa. Messner disse mais tarde que se sentia como se fosse “estourar”. Alcançando o Pico Sul, o vento era muito forte, mas eles ainda tinham esperança de que o tempo melhorasse. Faltavam apenas 98 metros. Atravessaram o Passo de Hillary, descansando algumas vezes. Entre a uma e as duas horas da tarde de 8 de Maio de 1978, Messner e Habeler conquistaram o que até então parecia ser impossível – a primeira ascensão do Evereste sem oxigénio.O sucesso desta expedição confundiu a comunidade médica, e causou uma reavaliação da Fisiologia da alta altitude. Em 1980, Messner volta ao monte Evereste para completar, desta vez sozinho, mais uma ascensão ao maior cume do mundo sem auxílios artificiais. Apenas cerca de 60 pessoas no mundo conquistaram essa façanha, sendo entre estas 4 mulheres.Reinhold Messner, nasceu em 17 de Setembro de 1944 em Brixen, Áustria e a este feito tem ainda a juntar, outros dois feitos de monta na História do alpinismo: Foi o primeiro alpinista a escalar com êxito todas as 14 montanhas do mundo acima dos 8000 metros, sempre sem oxigénio.Com a escalada do Kanchenjunga em 1982, tornou-se o primeiro alpinista a escalar as três mais altas do mundo, tendo antes alcançado os picos do Evereste e do K2.”

sexta-feira, outubro 21, 2005

Ironbike.3

No dia seguinte lá nos fizemos ao caminho, o objectivo era chegar a Salluzzo ainda nessa noite. Era já quinta-feira e tanto eu como o Catarino queriamos ter o dia de sexta para irmos ao secretariado da prova com calma, fazer um treino pela zona e eventualmente alguma compra de última para as bicicletas. Assim lá abrimos os cordões à bolsa e tá de pagar euros com fartura nas autoestradas francesas e gasóleo dourado (por aquele preço só podia ter ouro). Á passagem por Cannes fomos lá provar um bocadinho de trânsito (eu já tinha saudades) e fomos pela marginal até ao Mónaco. Meus amigos: eu já ouvi dizer que a Marginal de Cascais está ao nivel da de Nice...perdoem-me mas não concordo! Cascais é muito giro e tal mas aquilo ali é bem mais. Já percebo porque razão o Armstrong escolheu aquela zona para morar (antes de ir para Girona que é ainda melhor).



Lá chegamos com a Ramona ao Mónaco, escusado será dizer que fez grande sensação entre os Ferraris, Rolls e companhia, e enquanto o Borges foi passear eu o Catarino fomos desentorpecer as pernas com um treininho de hora e meia de bicicleta que era suposto ser assim de fininho.



Passeamos pelo Porto, pelo túnel, pela curva do Hotel Paris (é assim que se chama) e estava eu descansadinho a enviar sms's para a terra mãe a tentar meter inveja ao pessoal quando se me apresenta um artista com o seu metro e 90 de altura, bem montado numa bike de estrada, perninha depilada e o camandro. Fala-nos em inglês cumprimentando e desafiando depois os tugas a andaram mais rápido mas numa onda assim daquela "olha-me estes futres tugas, vêm nas btt's, vou picá-los com a minha bike de estrada e vou aumentar a minha auto-estima deixando-os ai pregados!!" Dai que do cumprimento a 40-45 km's/hora com pneus de montanha foi um saltinho. O artista ia empenhado e nós a ver se aguentávamos a roda. Ainda lá fui à frente meter conversa com ele, já tinha feito triatlo, conhecia muito bem a Vanessa Fernandes e também um pouco o Bruno Pais, mas nem com a palheta o gajo desistiu da intenção de nos pregar. Só me perguntou (pq o Catarino vinha sempre na terceira posição) se o meu colega aguentava ao que eu lhe respondi: "Caríssimo Novel-Amigo: se há coisa com que o meu Amigo não tem de se ralar é com a saúde pernal do Catarino" e lá continuámos na direcção de Nice. Á pagina-das-tantas (curto esta expressão) vamos de encontro a uma súbida e o gajo vai de tensar mais a corda. Foi ai que pela primeira vez ouço o Catarino com as suas sempre sábias palavras: "Anda corno que já te chapaste!!", a GT-cinzenta lá meteu os cornos ao vento e em menos de nada quem penava era o "Charolês" eu deixe-me estar na roda do dito até que o artista perdesse completamente a roda do Catarino. Quando vi que ele tava mesmo nas últimas passa a Specialized-vermelha pelo "Charolês" indo apanhar a GT-cinzenta lá mais à frente e deixando o rapaz abandonado à sua sorte na subida. Fomos andando forte até termos a certeza que o "pequeno" tinha aprendido a lição e esperamos por ele para lhe dar uma palavra de alento e que podia continuar a mandar mais postais que os gajos dos pneus gordos ainda estava disponíveis para lhe responder. :)

Mas chega de me armar em macho!

Lá voltamos ao Mónaco onde o Paulinho foi sacando umas chapas e fomos ao belo do mergulho no Mediterrâneo. Jantámos por aquela bela cidade. Sério que fiquei maravilhado, não me importava de viver num qualquer Chalet daquele Rochedo. Estou até na disposição de abrir mão do meu Chalet no Chapim, sério! Depois do jantar assistimos do cimo do Rochedo a um festival de fogo de artifício na zona do Porto. Não há palavras que descrevam aquele cenário. Continuamos caminho sempre a subir, passamos nos túneis que nos levavam a Itália (sim, nós gajos da beira em vez de irmos pelo mar fomos pelo caminho da montanha) onde as tantas ficamos sem gasóleo e tivemos de andar não sei quanto tempo para trás até achar umas bombas. Acabamos por chegar a Salluzzo a meio da noite onde fomos recebidos pelos Cabinieri que se devem ter assustado com o evidente potencial da Ramona. Lá lhes explicamos ao que iamos e os gajos baixaram as metralhadores e escoltaram-nos a um sítio onde pernoitamos.

Amanhã há mais!

Ironbike.2

No dia seguinte de manhã eu e o Catarino lá nos mandámos Aubisque acima. A ideia foi fazer o último estímulo de treino antes do início do Ironbike. A paisagem ao longo da subida é impressionante, impressionante também é o número de pessoas que logo bem cedo de se encontram por ali de bicicleta. Acho fantástico a paixão que os povos do centro da Europa têm pelas suas montanhas. Feito o treino lá nos metemos a caminho, passamos por Lourdes e almoçamos em Árgeles-Gazost mas o dia acabou por não ser nada produtivo. As estradas são muito bonitas para passear mas para quem queria chegar a Itália a tempo de dar umas voltas pelo percurso tornou-se demasiado longo... acabamos por montar a tenda no final do dia num parque de campismo numa aldeia chamada Puivert onde há um lago fabuloso para se darem umas braçadas e naquela noite havia festa com fogo de artifício, concerto e vinho! Muito bom!!

Amanhã vamo-nos deixar de passeio, vamos meter-nos nas estradas e acabar o dia já em Itália mas com uma passagem muito simpática pelo Mónaco.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Ironbike.1

Aqui está um tema sobre o qual ando para escrever há muito tempo mas que por um ou por outro motivo tenho vindo a adiar. Devo começar por explicar que isto do Ironbike é uma prova de mountain bike que se realiza anualmente na província italiana de Piemonte, em plenos Alpes. É uma prova muito dura onde por vezes o BTT dá as mãos ao Alpinismo. A ideia de participar nisto partiu do Fernando Carmo, companheiro do Triatlo e que esteve presente em 2002 e que entretanto se tornou agente em Portugal da Ironbike. O Pedro Amaral outro companheiro da Tríade também lá esteve em 2004 e as referências que um e outro me deram foram as melhores: excelentes abastecimentos, óptimo ambiente entre atletas de muitas nacionalidades e staff. Paguei para ver (400€) e lá me preparei para a coisa. Devo dizer que a preparação que fiz esteve muito muito longe de ser a mais adequada. Devido ao tipo de trabalho que tenho não consegui dedicar os fins-de-semana a treinos longos em verdadeiro ambiente de montanha. A excepção foi o Xeque à Torre. Um fim-de-semana de BTT puro e duro em óptima companhia e de que guardo excelentes recordações.

Mas vamos a isto!
Fundanenses iam participar 3: eu, o Catarino e o Patrício pelo que nos decidimos a levar a minha ramona (Toyota Hiace de 1981 com comportamento e fiabilidade de um relógio suíço). A ideia era arrancar no domingo dia 17 de Julho ao final da tarde, atravessar Espanha durante a noite na segunda de manhã montar a tenda a meio da subida para o Aubisque onde na terça passava o Tour de France. Infelizmente o Patrício adoeceu e começamos a ver a sua ida por um canudo. Adiámos a viagem por um dia. Na segunda-feira a garganta do Patrício teimou em não melhorar e tivemos de nos fazer à estrada sem ele, ficando o compromisso de, no caso de melhora, ele ir ter a Milão de avião. Assim, eu, Catarino e Borges (nosso companheiro de viagem que nos deu um grande apoio) lá nos fizemos ao caminho cheios de pica para dar cabo dos Alpes e assistir ao sétimo triunfo do Texano Lance Armstrong no Tour de France. Ainda nos perdemos mas conseguimos chegar a Pau, porta de entrada dos Pirinéus na terça bem cedo. Passámos no centro da cidade onde nesse dia terminaria a etapa do Tour, a última com montanha antes da chegada aos Campos Elísios.


O ambiente em volta do Tour é qualquer coisa de muito grande, vêm-se grandes pelotões de cicloturistas, camiões para logística, carros de exteriores, muito helicópteros, muitos carros da organização. É tudo em grande, tudo é muito. Subimos até 4km do topo do Aubisque e ali montámos a tenda e descansámos até à tarde. Quando sai da tenda e cheguei à estrada a adrenalina disparou! Que loucura, milhares e milhares de pessoas (quase todas com a pulseira Livestrong), centenas de policias. Um ambiente de derby futebolístico (sem as partes más) transportado para uma estrada de montanha. Andámos por ali a receber montes de brindes da (também gigantesca) caravana publicitária, sacar umas fotos com malta famosa e da fantástica paisagem.

Finalmente chegaram os ciclistas. Vinha fugido o Cadel Evans juntamente com o Óscar Pereiro e mais alguém que agora não me recordo bem. Atrás vinha o maluco do Vinokourov que tinha saltado do grupo do Armstrong. No grupo do Texano já não estava o Azevedo, estava algo mais atrás com o Popovich. Com o camisola amarela estavam o Floyd Landis, o Ullrich, o Rasmussen e outros.

Infelizmente este não foi um grande dia para o Azevedo mas a bandeira nacional lá esteve, à espera dele para o saudar.

O que mais me surpreendeu no Tour para além da envergadura que tem é o nível dos ciclistas. Eu estava habituado a ver na Torre a Volta a Portugal onde após os 50 primeiros já só se viam sprinters agarrados aos carros ou a serem empurrados montanha acima e já a grande distância dos primeiros. No Tour não, o nível é mais homogéneo e até mesmo os sprinters andam que se fartam na montanha, havendo diferenças nada comparáveis (atendendo aos percursos bem mais selectivos) com os que se vêm na Torre.
Assim que a caravana passa é incrível a rapidez com tudo desaparece: as pessoas, os carros, as bicicletas e até o lixo! Como de costume em território francês às 9 da noite está tudo fechado e pouco mais se pode fazer que dormir. O cansaço era grande e no dia seguinte íamos fazer um treino com rampas (o último antes do início do Ironbike) de manhã cedo e arrancar para o lado do mediterrâneo chegando-nos a Itália.

Amanhã há mais!

terça-feira, outubro 18, 2005

Dias longos

No domingo realizámos (Federação de Triatlo) ali no Estoril o Campeonato Nacional de Triatlo. Para aquilo ter maior impacto na imprensa e porque também nos dá um grande gozo ter malta conhecida nas nossas prova decidimos convidar uns "vips" a fazerem a prova. Penso que foi uma excelente ideia e o pessoal que aderiu gostou da bastante. Estiveram por lá o Sérgio Paulinho, o Gamito, Diana Gomes, a Dina Pedro, o Rubim, a Mónica (sua namorada) e muito mais pessoal. Se relativamente ao pessoal do desporto eu já os conhecia a todos e é tudo malta muito na boa relativamente ao pessoal dos reality shows eu estava um pouco de pé atrás. No entanto, devo dizer que fiquei muito agradado pela sua simpatia e simplicidade estavam muito numa de se divertirem com o desafio de participar numa prova de triatlo. O menos positivo foi à noite, no programa 1ª Companhia, o sacana do Rubim dizer que a bike que eu lhe tinha emprestado tinha sido sabotada, tinha os pneus vazios e a corrente saltava. Pois claro que fiquei chateado!!!, mas o facto é que tinha ideia de lhe meter algum óleo e encher os pneus mas aquilo nestes dias é tudo tão à pressa que não se consegue fazer nada do idealizado.


















O primeiro parágrafo foi um aparte, do que eu queira mesmo falar aqui era dos dias longos, os dias de prova bem entendido! A maioria das pessoas não faz a mais pequena ideia do trabalho que dá montar uma prova de triatlo. Para começar são três percursos diferentes, que têm de ser montados e aos quais se tem de dar segurança. Para dar uma ideia do que é um dia de prova aqui fica um histórico do domingo passado:
05.00 levantar o rabo da cama (dormi mal para caraças)
06.00 chegar ao Estoril
- descarregar toda a tralha que tinha no carro
- dar uns palpites sobre o estado do mar para definir se faziamos ou não a natação com aquelas condições
07.00 colocar fita balizadora, nalguns pontos num lado e doutro, do percurso de corrida que tinha 2 km de extensão
08.00 preparar os kits com os dorsais e chips dos atletas convidados (muitos não se conheciam ainda e tivemos e ali apadrinhar as equipas); receber todos os convidados e explicar-lhes como se fazia a coisa
09.15 agarrar-me ao micro e começar a comentar a prova para o público que ali estava (na praia) logo que toda a malta saiu da água desatei a correr para a meta onde os primeiros deviam estar a chegar para ali continuar com os comentários
10.00 na zona de meta continuar a comentar, sempre sem comer nem beber, respondendo às perguntas de que acha que o "tipo do microfone é o gajo que sabe tudo". É o gajo que sabe das chaves perdidas, é o gajo a quem reclamamos da cotovelada que se levou na água, é o gajo a quem se pergunta pelos banhos, pelo cão, pelo gato, pelo pai, pela mãe, pelo juiz, pela juiza, pelo lugar, pelo tempo, pelo, pelo, pelo, pelo.... tão a ver a ideia?
10.30 estar na partida da prova campeonato nacional. isto após ter feito a ligação meta-praia do tamariz a correr a 2'50'' o km; repete-se o ciclo dos comentários para o público. Aqui tem de se estar especialmente atento aos familiares de cada atleta. É proibido trocar os nomes (eu nem uma lista com os nomes normalmente tenho e o pessoal acha que tenho de saber não só os nomes como também os currículos); é proibido esquecer alguém e um gajo tem de ser tipo computador: passa um gajo e fala-se nele! é proibido descansar nem que seja porque já se está farto de falar. Daqui até à chegada do primeiro é sempre a encher farinheiras ao micro e responder às perguntas da malta que acha "o tipo do micro sabe tudo".
12.30 Os primeiros atletas lá vão chegando à meta e começo a falar com eles. Segue-se a entrega dos prémios onde é preciso falar ainda mais e com cuidado porque entretanto chegaram os políticos. Com as palminhas todas quando aquilo acaba estou mais morto que vivo e são 14h00.
14h30 - 15h00 Recolher todo o material que se foi espalhando ao longo do dia.
15h30 Comer qualquer coisa. A meio do almoço começa o telefone a tocar, é o pessoal que quer as classificações on-line, os jornalistas que querem fazer as notícias. Ainda a meio do almoço visto o colete de reporter e faço um press-release. A meio peço um whisky, tou com uma dor nas costas de ter passado o dia em pé que nem me tenho, senão me anestesiar isto não vai lá...
17h30 Continuo a lutar contra o computador, a placa GPRS, o back-office da página da FTP, os endereços de correio que têm uma pelica a mais, o cansaço, ...
18h30 Doze horas depois estou onde comecei ao lado do meu carro, que tinha ficado na Praia do Tamariz prestes a ir para casa. Pelo caminho ligam mais jornalistas que querem os resultados. Ligo para um amigo que fazia anos e ainda lá passo em caso, vou la ver o jogo da minha académica (lá ver senão adormeço). Quando lá chego em vez de me sentar frente à tv cravo-lhe a net e vou meter a noticia do site. Lá me fartei daquilo e fui ver a bola.
22h30 Chego finalmente a casa, mais morto que vivo. Foi um fim-de-semana e pêras. Meto na TVI para ver se os gajos falam daquilo e sim senhor, falam: falam mal da bicicleta que lhes emprestei, ainda por cima minha queridíssima Specialized M5 que tanto me custou a comprar.

E é assim, um dia longo, um dia de prova. Para a semana há mais, no Cartaxo, outro Campeonato Nacional, agora de Duatlo. Depois acaba a época e vou fazer um curso de escalada, vou aos Pirinéus subir o Aneto, começo a preparar a Maratona de Paris e uma série de outras de que vou tentar falar por aqui.

Beijos e abraços

sexta-feira, outubro 14, 2005

Fotógrafo na Escola

Alguém se lembra de quando o fotógrafo aparecia lá na escola primária para tirar fotos aos putos? Esses kodaks são qualquer coisa...normalmente era de inverno, o pessoal estava com aquelas camisolas de lã completamente 80's, os putos todos bué da gordos ou então com a cara rosada de terem vindo das corridas do intervalo e com as pingas de suor ainda a escorrer...LINDO!! e depois o kodak de conjunto com o professora, todos alinhadinhos, assim à antigo regime. E se um gajo for ver bem essas fotos está lá sempre um artista com os olhos tortos ou fazer orelhas de macaco. Mais lindo é rever aquilo passados 20 anos e encontrar uns quantos cromos que um tipo já nem se lembrava que existiam.

Será que hoje em dia quando o fotografo lá vai ainda leva o mesmo cenário com as folhas de outono?

quarta-feira, outubro 12, 2005

Monstros da Maratona



Boas!
Isto já andava parado há uns dias. É assim a falta de tempo... Acho que não vai haver Azores.2, fica para a próxima, aquilo foi giro e ponto final. Entretanto já aconteceu o Triatlo do Fundão, o Duatlo do Camarnal, o Imago e as Eleições. Dos dois primeiros não guardo lá grandes recordações, as prestações não foram grande espingarda, mas que se lixe!




















Hoje decidi recuperar um post que escrevi no início de Março passado, logo após ter concluido a minha primeira Maratona (sevilha 2005). Aqui fica:

"E pronto, está feito! A maratona de Sevilha já lá vai, está na altura de pensar na próxima! Devo dizer que me diverti à brava e me fartei de aprender nestes seis meses de preparação. Aqui fica o kodak da rapaziada que esteve por Sevilha. Isto agora cada de nós terá a sua maneira de ver as coisas e saberá o que passou durante a prova e o que lhe custou ultrapassar o frio (3ºC), o vento que se fazia sentir naquelas avenidas mais expostas e principalmente a chuva. Pessoalmente, apesar de ter um andar novo a coisa até se fez bem, não dei tudo o que tinha. O mister falou que era preciso um gajo controlar bem e foi isso que fiz até quase à meta. Entre o pessoal que alinhou nesta brincadeira foi mesmo o "profissional" Barruncho que se safou melhor, foi 7º mas ainda liderou a prova. Depois veio o Luís Almeida, que apesar do joelho todo assassinado, ainda conseguiu fazer 2h36m. Julgo que quem ganhou aquela aposta dos tempos terá sido mesmo o Martim Menezes, certo? E pronto, eu abri aqui o blog mas fico à espera dos contributos do resto da malta. Boa recuperação a todos!
David"















Isto vem o propósito do facto de os Monstros estarem de volta à acção. Já anda malta a preparar umas maratonas (o Manuel Machado fez no fim-de-semana passado em Nova York 2:34. PARABÉNS!!). Eu só vou começar a treinar a partir do dia 2 Janeiro (o 1 é para a ressaca). O objectivo será Paris. Quanto a tempos...tenho algumas reservas quando penso nas miseráveis provas que fiz nos dois ultimos fins-de-semana. Mas como fica bem uma pessoa fixar uma fasquia, aqui vai: 2h46m23s. Vai ser no dia 9 de Abril de 2006. Até lá ainda há muitos muitos km's a galgar e umas quantas provas a fazer.

Vou dando notícias.