No domingo realizámos (Federação de Triatlo) ali no Estoril o Campeonato Nacional de Triatlo. Para aquilo ter maior impacto na imprensa e porque também nos dá um grande gozo ter malta conhecida nas nossas prova decidimos convidar uns "vips" a fazerem a prova. Penso que foi uma excelente ideia e o pessoal que aderiu gostou da bastante. Estiveram por lá o Sérgio Paulinho, o Gamito, Diana Gomes, a Dina Pedro, o Rubim, a Mónica (sua namorada) e muito mais pessoal. Se relativamente ao pessoal do desporto eu já os conhecia a todos e é tudo malta muito na boa relativamente ao pessoal dos reality shows eu estava um pouco de pé atrás. No entanto, devo dizer que fiquei muito agradado pela sua simpatia e simplicidade estavam muito numa de se divertirem com o desafio de participar numa prova de triatlo. O menos positivo foi à noite, no programa 1ª Companhia, o sacana do Rubim dizer que a bike que eu lhe tinha emprestado tinha sido sabotada, tinha os pneus vazios e a corrente saltava. Pois claro que fiquei chateado!!!, mas o facto é que tinha ideia de lhe meter algum óleo e encher os pneus mas aquilo nestes dias é tudo tão à pressa que não se consegue fazer nada do idealizado.
O primeiro parágrafo foi um aparte, do que eu queira mesmo falar aqui era dos dias longos, os dias de prova bem entendido! A maioria das pessoas não faz a mais pequena ideia do trabalho que dá montar uma prova de triatlo. Para começar são três percursos diferentes, que têm de ser montados e aos quais se tem de dar segurança. Para dar uma ideia do que é um dia de prova aqui fica um histórico do domingo passado:
05.00 levantar o rabo da cama (dormi mal para caraças)
06.00 chegar ao Estoril
- descarregar toda a tralha que tinha no carro
- dar uns palpites sobre o estado do mar para definir se faziamos ou não a natação com aquelas condições
07.00 colocar fita balizadora, nalguns pontos num lado e doutro, do percurso de corrida que tinha 2 km de extensão
08.00 preparar os kits com os dorsais e chips dos atletas convidados (muitos não se conheciam ainda e tivemos e ali apadrinhar as equipas); receber todos os convidados e explicar-lhes como se fazia a coisa
09.15 agarrar-me ao micro e começar a comentar a prova para o público que ali estava (na praia) logo que toda a malta saiu da água desatei a correr para a meta onde os primeiros deviam estar a chegar para ali continuar com os comentários
10.00 na zona de meta continuar a comentar, sempre sem comer nem beber, respondendo às perguntas de que acha que o "tipo do microfone é o gajo que sabe tudo". É o gajo que sabe das chaves perdidas, é o gajo a quem reclamamos da cotovelada que se levou na água, é o gajo a quem se pergunta pelos banhos, pelo cão, pelo gato, pelo pai, pela mãe, pelo juiz, pela juiza, pelo lugar, pelo tempo, pelo, pelo, pelo, pelo.... tão a ver a ideia?
10.30 estar na partida da prova campeonato nacional. isto após ter feito a ligação meta-praia do tamariz a correr a 2'50'' o km; repete-se o ciclo dos comentários para o público. Aqui tem de se estar especialmente atento aos familiares de cada atleta. É proibido trocar os nomes (eu nem uma lista com os nomes normalmente tenho e o pessoal acha que tenho de saber não só os nomes como também os currículos); é proibido esquecer alguém e um gajo tem de ser tipo computador: passa um gajo e fala-se nele! é proibido descansar nem que seja porque já se está farto de falar. Daqui até à chegada do primeiro é sempre a encher farinheiras ao micro e responder às perguntas da malta que acha "o tipo do micro sabe tudo".
12.30 Os primeiros atletas lá vão chegando à meta e começo a falar com eles. Segue-se a entrega dos prémios onde é preciso falar ainda mais e com cuidado porque entretanto chegaram os políticos. Com as palminhas todas quando aquilo acaba estou mais morto que vivo e são 14h00.
14h30 - 15h00 Recolher todo o material que se foi espalhando ao longo do dia.
15h30 Comer qualquer coisa. A meio do almoço começa o telefone a tocar, é o pessoal que quer as classificações on-line, os jornalistas que querem fazer as notícias. Ainda a meio do almoço visto o colete de reporter e faço um press-release. A meio peço um whisky, tou com uma dor nas costas de ter passado o dia em pé que nem me tenho, senão me anestesiar isto não vai lá...
17h30 Continuo a lutar contra o computador, a placa GPRS, o back-office da página da FTP, os endereços de correio que têm uma pelica a mais, o cansaço, ...
18h30 Doze horas depois estou onde comecei ao lado do meu carro, que tinha ficado na Praia do Tamariz prestes a ir para casa. Pelo caminho ligam mais jornalistas que querem os resultados. Ligo para um amigo que fazia anos e ainda lá passo em caso, vou la ver o jogo da minha académica (lá ver senão adormeço). Quando lá chego em vez de me sentar frente à tv cravo-lhe a net e vou meter a noticia do site. Lá me fartei daquilo e fui ver a bola.
22h30 Chego finalmente a casa, mais morto que vivo. Foi um fim-de-semana e pêras. Meto na TVI para ver se os gajos falam daquilo e sim senhor, falam: falam mal da bicicleta que lhes emprestei, ainda por cima minha queridíssima Specialized M5 que tanto me custou a comprar.
E é assim, um dia longo, um dia de prova. Para a semana há mais, no Cartaxo, outro Campeonato Nacional, agora de Duatlo. Depois acaba a época e vou fazer um curso de escalada, vou aos Pirinéus subir o Aneto, começo a preparar a Maratona de Paris e uma série de outras de que vou tentar falar por aqui.
Beijos e abraços
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