quarta-feira, novembro 23, 2005
Escalada
Aqui vos deixo uma imagem do curso (feita pelo Zé Maria), numa altura em que o pessoal aprendia a fazer a manobra de passar a corda no top. Neste dia o local escolhido foi o Penedo da Amizade, na Serra de Sintra. A chuva não deixou o pessoal subir mais alto mas deu para ver o filme.
Acho que arranjei mais uma maneira de gastar, os já curtos, tempos livres. Mas como diz a Nelinha-das-Lãs (minha Mãe): Quem corre por gosto por não cansa!!
segunda-feira, novembro 14, 2005
Vanessa, a MÁIOR!!
O tipo de qualidades humanas que a Vanessa exibe são daqueles que me fazem acreditar que será ela a grande Rainha Olímpica depois da Rosa Mota. Ser-se atleta de topo não é ter só qualidades físicas, é preciso ser-se inteligente e não ter caganças. São essas características que identifico na Vanessa, no Bruno Pais e noutros triatletas da nossa praça. Infelizmente não em todos. Andam por ai alguns que ainda não ganharam nada mas em vez de um trazem quinze, quinze Reis na barriga...
Miúda: És GRANDE!!!
quinta-feira, novembro 03, 2005
Aneto
No passado fim-de-semana, aproveitando o feriado do 1 Novembro fui aos Pirinéus. A ideia era subir ao Aneto. Fui com um grupo muito numeroso, pessoal do Fundão, pessoal de Lisboa que já conhecia, amigos de amigos que ainda não conhecia. Tivemos alguns apoios que sempre serviram para algum material e ajudar na despesa de alugar um mini-bus que nos levasse até aos Pirinéus. Partimos na sexta-feira e no sábado à tarde chegamos a Benasque. Pelo caminho apanhamos uns quantos sustos com os drivers que nos calharam. Valentes artistas!!
Chegados à Chamonix dos Pirinéus rumamos à Barrabés. Uma loja que é uma referência no mundo do montanhismo. Fiquei decepcionado, as coisas eram mais caras que na web. Dali fomos a uma outra loja alugar crapons e piolets já que para atravessar o Glaciar do Aneto é obrigatório levar esses materiais.
Arrancamos de Benasque rumo ao Llanos de Besurta, uma zona verde a partir da qual não há estradas, apenas caminhos de montanha. Rumamos então ao abrigo La Renclusa. As obras ali já duram há bastante tempo, tipo Obras de Santa Ingrácia. Mas a coisa até está com muito jeitos de ficar porreira daquilo a algum tempo. Essa noite foi um avacalhanço à moda antiga no quarto do abrigo.
(abrigo Renclusa)
Na manhã seguinte, pelas 5 horas, arrancamos rumo ao Aneto. A coisa parecia estar a correr bem. O céu estava estrelado o pessoal estava todo a andar junto e a bom ritmo. Fomo-nos chegando à cota do Portillon. Aqui começou a coisa a mudar. O tempo piorou, ficou nevoeiro e o Henrique sentiu-se mal e foi obrigado a voltar para trás. Acabamos por nos perder, não vimos o acesso ao Portillon Superior e fomos dar ao Glaciar da Maladeta (um outro pico algo mais baixo que o Aneto). A partir deste instante houve quem achasse que estava a subida comprometida, ainda assim continuámos. Acabamos por dar com o Portillon Superior eram já 10 da matina e nós com 5 horas nas pernas (o raio da corda que trazia às costas estava cada vez mais gorda e pesada). Dai fomos avançando com alguns grupos espanhois pela frente. Atravessamos o caos de blocos e chegamos até meio do glaciar. Aqui houve um plenário presidido pelo único gajo num raio de uns km's que tinha GPS com os picos da redondeza correctamente marcados. Foi fácil chegar-se a uma decisão eram já 14 horas, nós tinhamos já 9 nas pernas e ainda havia que regressar. A visibilidade não era mais que de 15-20 metros e pronto...assunto arrumado! Toca a voltar para trás com o Aneto ali tão perto...quase que lhe sentia o cheiro. Tive pena. Mas em montanha, com aquelas condições climatéricas não se pode arriscar. Daqui a uns meses o Aneto ainda lá está e eu hei-de fazer-lhe a folha!!O regresso é penoso. Nunca imaginei. Chegar ao Portillon ainda é naquela, as pernas já vão maçadas mas vão... dali para baixo é que é o diabo!! Só calhau, sobre calhau. Somos obrigados a meter travão com os joelhos durante umas duas horitas. A dôr nas articulações roça o insuportável, mesmo para um gajo que até é paciente! Devo dizer que ainda apanhei um belo susto. Na descida optámos por fugir ao caminho marcado pelas Marialvas e seguir recto para o Abrigo. Má ideia. A certa altura a neve acabava e aparecia algum gelo sobre os calhaus. Tive ali um pequeno resvalar do pé rumo ao abismo. A corda e restante equipamento - que por aquela altura já pesavam 2000 Kg - fizeram de embaladeira e cheguei a ver a minha vida mal parada. Veio a calhar a moral e as dicas do Jorge que fizeram com que eu largasse a porcaria do piolet e começasse a descer mais à tarzan. Resultou.
Chegados ao Abrigo, tivemos apenas o tempo de arrumar o resto do material e rumar à Besurta onde o minibus nos esperava. Nessa noite ficamos em Benasque e no dia seguinte rumamos a casa. Quase morremos pelo meio, mas isso o condutor que explique!!!!
Ironbike.4
À tarde fizemos mais um treininho pelas redondezas de Salluzzo. As tendas estavam agora no Campo Base do Iron. Um campo de futebol que lentamente foi ganhando alguma côr com os biciclistas que iam chegando: Turcos, Checo-Turcos, Charoleses, Contra-Charoleses, Movskos. No treino voltou a ser necessário meter um par de italianos na ordem. Não é que vamos nós muitos descansadinhos subida acima quando me aparecem duas artistas literalmente a sprintar para ver se nos arrancavam os autocolantes das bikes com a ventania provocada pelo speed... Lá tivemos de enfiar a taleiga e retribuir o mimo...
A primeira etapa do Iron consiste de um prólogo nocturno pela zona antiga da cidade. Inclui umas quantas descidas por escadarias antigas. Fomos procurá-las para ver que tal aquilo se fazia... ao segundo lance já eu estava esticadinho no chão para abrir a pestana! levava pouco ar na suspensão, aquilo amochou e dali ao chão foi um repente. Na sexta-feira ainda demos uma saída à noite. Não é mito: as italianas têm mesmo muita pinta!!
O Nuno Gomes e o Guillaume chegaram entretanto e lá nos instalamos o acampamento tuga.
Sábado: esta cena começa hoje! Demos um jeito nas bikes, fomos comprar umas coisitas que davam jeito. Câmaras de ar, desmontas, etc. Antes do jantar houve um briefing. Ai a coisa já deu a entender que ia ser bem dura e que havia algo de diferente relativamente àquilo que o Fernando Carmo nos falara. As informações prestadas não eram nada de especial e não apareceu o gajo bacano chamado Pipino. Enfim, só se ia passar o prólogo e o tempo ai perdido não tinha peso nenhum no resultado final. Nesta altura ainda tinhamos ambições a um lugar jeito, principalmente o Catarino que estava realmente cheio de força.
O prólogo foi feito por várias mangas. Nenhum de nós levou aquilo muito a sério. Com receio de repetir as quedas até corri com sapatilhas de atletismo em vez de sapatos para os pedais automáticos, foi quase tanto o tempo com a bike pela mão nas escadarias como a pedalar. Foi giro correr à noite passando pelas ruas dos bares com aquilo cheio de malta. Curti! Não me esqueço é da humidade que ainda estava às onze da noite. Um gajo esperto topava logo que no dia seguinte a coisa seria dificil... mas eu não topei nada!!!
quinta-feira, outubro 27, 2005
segunda-feira, outubro 24, 2005
Messner
O cume foi alcançado pela primeira vez por um Neo-Zelandês, o Edmund Hillary e o seu amigo Nepalês Tenzing Norgay. Durante os 30 anos que se seguiram muitas conquistas se sucederam: a primeira escalada por uma mulher, a escalada de um alpinista por um lado da montanha, descida pelo outro, e a primeira descida em esqui. Qualquer um dos feitos foi conseguido com auxílio de oxigénio artificial.
O primeiro a fazer o Evereste sem auxílio de oxigénio artificial um indivíduo italiano, o Reinhold Messner. Um tipo que me desperta uma enorme admiração, o gajo é professor, deputado, escritor, alpinista de grande nível e tenho por ele uma grande admiração. Foi ao procurar alguns dados mais sobre este Italiano nascido na Austria que encontrei em A Fábrica este post muito interessante:
"Messner ficou conhecido em 1970 por escalar uma série de rochas alpinas sem o uso do oxigénio. No ano de 1974, Messner junto com Peter Habeler -outro adepto da filosofia -continuaram as suas escaladas. Ligeiros e ágeis conquistaram o Matterhorm e o Eigerwand. Em 1975 fizeram uma notável escalada no Gasherbrum, a décima primeira montanha mais alta do mundo, sem o uso do oxigénio. A próxima meta era alcançar o Evereste. Messner e Habeler receberam muitas críticas da comunidade médica, que os chamaram de “lunáticos” por estarem colocando em risco a sua própria vida. Sem se importar com as críticas, os dois deram sequência aos seus objectivos.Chegaram ao acampamento base do Evereste em Março de 1978. Iniciando a primeira tentativa no dia 21 de Abril. Alcançam o acampamento III no dia 23 daquele mês. Naquela noite Habeler passou mal devido a uma intoxicação alimentar. Na manhã seguinte, Messner decidiu prosseguir a subida, juntamente com dois sherpas. Ao alcançar o Colo Sul foram surpreendidos por uma violenta tempestade. Enfrentaram temperaturas de 40 graus negativos e ventos fortes durante dois dias seguidos. Exausto e com fome, Messner estava começando a acreditar que seria impossível alcançar o seu objectivo. Até que, finalmente, o tempo melhorou e ele pôde retornar ao acampamento base para se recuperar.Messner e Habeler voltaram a discutir sobre a maneira de alcançar o cume. Habeler sugeriu o uso de oxigénio, mas Messner recusou a usá-lo. Dizendo que, mais importante do que conquistar o cume seria conseguir chegar no mais alto ponto possível sem o uso de oxigénio.No dia seis de Maio eles iniciam outra tentativa. Alcançaram o acampamento III (7200m). Estando agora em altitudes onde poderiam sentir os efeitos da falta de oxigénio. Concordaram em carregar dois cilindros de oxigénio ao acampamento IV, em caso de uma emergência, e haviam feito também um pacto onde voltariam atrás se um ou outro se sentisse mal.No dia seguinte demoraram três horas e meia para alcançar os 7986m do Colo Sul, onde acamparam a noite. Habeler queixou-se de uma forte dor de cabeça. Mas depois de descansar sentiu-se melhor.No dia 8 de Maio, acordaram e iniciaram a tentativa de alcançar o cume. O tempo estava instável, e mesmo assim decidiram deixar o acampamento. A respiração tornava-se cada vez mais preciosa, e os dois passaram a comunicar por gestos. O progresso passou a ser lento, demorando quatro horas para alcançar o acampamento V (8500m), onde pararam para descansar cerca de 30 minutos. O tempo ainda ameaçava, mas decidiram continuar rumo ao cume, que estava a 260 metros acima.Enfrentavam agora um cansaço jamais sentido até então. Os difíceis passos eram apoiados por machados de gelo e a respiração cada vez mais escassa. Messner disse mais tarde que se sentia como se fosse “estourar”. Alcançando o Pico Sul, o vento era muito forte, mas eles ainda tinham esperança de que o tempo melhorasse. Faltavam apenas 98 metros. Atravessaram o Passo de Hillary, descansando algumas vezes. Entre a uma e as duas horas da tarde de 8 de Maio de 1978, Messner e Habeler conquistaram o que até então parecia ser impossível – a primeira ascensão do Evereste sem oxigénio.O sucesso desta expedição confundiu a comunidade médica, e causou uma reavaliação da Fisiologia da alta altitude. Em 1980, Messner volta ao monte Evereste para completar, desta vez sozinho, mais uma ascensão ao maior cume do mundo sem auxílios artificiais. Apenas cerca de 60 pessoas no mundo conquistaram essa façanha, sendo entre estas 4 mulheres.Reinhold Messner, nasceu em 17 de Setembro de 1944 em Brixen, Áustria e a este feito tem ainda a juntar, outros dois feitos de monta na História do alpinismo: Foi o primeiro alpinista a escalar com êxito todas as 14 montanhas do mundo acima dos 8000 metros, sempre sem oxigénio.Com a escalada do Kanchenjunga em 1982, tornou-se o primeiro alpinista a escalar as três mais altas do mundo, tendo antes alcançado os picos do Evereste e do K2.”
sexta-feira, outubro 21, 2005
Ironbike.3
Lá chegamos com a Ramona ao Mónaco, escusado será dizer que fez grande sensação entre os Ferraris, Rolls e companhia, e enquanto o Borges foi passear eu o Catarino fomos desentorpecer as pernas com um treininho de hora e meia de bicicleta que era suposto ser assim de fininho.
Passeamos pelo Porto, pelo túnel, pela curva do Hotel Paris (é assim que se chama) e estava eu descansadinho a enviar sms's para a terra mãe a tentar meter inveja ao pessoal quando se me apresenta um artista com o seu metro e 90 de altura, bem montado numa bike de estrada, perninha depilada e o camandro. Fala-nos em inglês cumprimentando e desafiando depois os tugas a andaram mais rápido mas numa onda assim daquela "olha-me estes futres tugas, vêm nas btt's, vou picá-los com a minha bike de estrada e vou aumentar a minha auto-estima deixando-os ai pregados!!" Dai que do cumprimento a 40-45 km's/hora com pneus de montanha foi um saltinho. O artista ia empenhado e nós a ver se aguentávamos a roda. Ainda lá fui à frente meter conversa com ele, já tinha feito triatlo, conhecia muito bem a Vanessa Fernandes e também um pouco o Bruno Pais, mas nem com a palheta o gajo desistiu da intenção de nos pregar. Só me perguntou (pq o Catarino vinha sempre na terceira posição) se o meu colega aguentava ao que eu lhe respondi: "Caríssimo Novel-Amigo: se há coisa com que o meu Amigo não tem de se ralar é com a saúde pernal do Catarino" e lá continuámos na direcção de Nice. Á pagina-das-tantas (curto esta expressão) vamos de encontro a uma súbida e o gajo vai de tensar mais a corda. Foi ai que pela primeira vez ouço o Catarino com as suas sempre sábias palavras: "Anda corno que já te chapaste!!", a GT-cinzenta lá meteu os cornos ao vento e em menos de nada quem penava era o "Charolês" eu deixe-me estar na roda do dito até que o artista perdesse completamente a roda do Catarino. Quando vi que ele tava mesmo nas últimas passa a Specialized-vermelha pelo "Charolês" indo apanhar a GT-cinzenta lá mais à frente e deixando o rapaz abandonado à sua sorte na subida. Fomos andando forte até termos a certeza que o "pequeno" tinha aprendido a lição e esperamos por ele para lhe dar uma palavra de alento e que podia continuar a mandar mais postais que os gajos dos pneus gordos ainda estava disponíveis para lhe responder. :)
Mas chega de me armar em macho!
Lá voltamos ao Mónaco onde o Paulinho foi sacando umas chapas e fomos ao belo do mergulho no Mediterrâneo. Jantámos por aquela bela cidade. Sério que fiquei maravilhado, não me importava de viver num qualquer Chalet daquele Rochedo. Estou até na disposição de abrir mão do meu Chalet no Chapim, sério! Depois do jantar assistimos do cimo do Rochedo a um festival de fogo de artifício na zona do Porto. Não há palavras que descrevam aquele cenário. Continuamos caminho sempre a subir, passamos nos túneis que nos levavam a Itália (sim, nós gajos da beira em vez de irmos pelo mar fomos pelo caminho da montanha) onde as tantas ficamos sem gasóleo e tivemos de andar não sei quanto tempo para trás até achar umas bombas. Acabamos por chegar a Salluzzo a meio da noite onde fomos recebidos pelos Cabinieri que se devem ter assustado com o evidente potencial da Ramona. Lá lhes explicamos ao que iamos e os gajos baixaram as metralhadores e escoltaram-nos a um sítio onde pernoitamos.
Amanhã há mais!
Ironbike.2
Amanhã vamo-nos deixar de passeio, vamos meter-nos nas estradas e acabar o dia já em Itália mas com uma passagem muito simpática pelo Mónaco.
quarta-feira, outubro 19, 2005
Ironbike.1
Mas vamos a isto!
Fundanenses iam participar 3: eu, o Catarino e o Patrício pelo que nos decidimos a levar a minha ramona (Toyota Hiace de 1981 com comportamento e fiabilidade de um relógio suíço). A ideia era arrancar no domingo dia 17 de Julho ao final da tarde, atravessar Espanha durante a noite na segunda de manhã montar a tenda a meio da subida para o Aubisque onde na terça passava o Tour de France. Infelizmente o Patrício adoeceu e começamos a ver a sua ida por um canudo. Adiámos a viagem por um dia. Na segunda-feira a garganta do Patrício teimou em não melhorar e tivemos de nos fazer à estrada sem ele, ficando o compromisso de, no caso de melhora, ele ir ter a Milão de avião. Assim, eu, Catarino e Borges (nosso companheiro de viagem que nos deu um grande apoio) lá nos fizemos ao caminho cheios de pica para dar cabo dos Alpes e assistir ao sétimo triunfo do Texano Lance Armstrong no Tour de France. Ainda nos perdemos mas conseguimos chegar a Pau, porta de entrada dos Pirinéus na terça bem cedo. Passámos no centro da cidade onde nesse dia terminaria a etapa do Tour, a última com montanha antes da chegada aos Campos Elísios.
O ambiente em volta do Tour é qualquer coisa de muito grande, vêm-se grandes pelotões de cicloturistas, camiões para logística, carros de exteriores, muito helicópteros, muitos carros da organização. É tudo em grande, tudo é muito. Subimos até 4km do topo do Aubisque e ali montámos a tenda e descansámos até à tarde. Quando sai da tenda e cheguei à estrada a adrenalina disparou! Que loucura, milhares e milhares de pessoas (quase todas com a pulseira Livestrong), centenas de policias. Um ambiente de derby futebolístico (sem as partes más) transportado para uma estrada de montanha. Andámos por ali a receber montes de brindes da (também gigantesca) caravana publicitária, sacar umas fotos com malta famosa e da fantástica paisagem.
Finalmente chegaram os ciclistas. Vinha fugido o Cadel Evans juntamente com o Óscar Pereiro e mais alguém que agora não me recordo bem. Atrás vinha o maluco do Vinokourov que tinha saltado do grupo do Armstrong. No grupo do Texano já não estava o Azevedo, estava algo mais atrás com o Popovich. Com o camisola amarela estavam o Floyd Landis, o Ullrich, o Rasmussen e outros.
Infelizmente este não foi um grande dia para o Azevedo mas a bandeira nacional lá esteve, à espera dele para o saudar.
O que mais me surpreendeu no Tour para além da envergadura que tem é o nível dos ciclistas. Eu estava habituado a ver na Torre a Volta a Portugal onde após os 50 primeiros já só se viam sprinters agarrados aos carros ou a serem empurrados montanha acima e já a grande distância dos primeiros. No Tour não, o nível é mais homogéneo e até mesmo os sprinters andam que se fartam na montanha, havendo diferenças nada comparáveis (atendendo aos percursos bem mais selectivos) com os que se vêm na Torre.
Assim que a caravana passa é incrível a rapidez com tudo desaparece: as pessoas, os carros, as bicicletas e até o lixo! Como de costume em território francês às 9 da noite está tudo fechado e pouco mais se pode fazer que dormir. O cansaço era grande e no dia seguinte íamos fazer um treino com rampas (o último antes do início do Ironbike) de manhã cedo e arrancar para o lado do mediterrâneo chegando-nos a Itália.
Amanhã há mais!
terça-feira, outubro 18, 2005
Dias longos
O primeiro parágrafo foi um aparte, do que eu queira mesmo falar aqui era dos dias longos, os dias de prova bem entendido! A maioria das pessoas não faz a mais pequena ideia do trabalho que dá montar uma prova de triatlo. Para começar são três percursos diferentes, que têm de ser montados e aos quais se tem de dar segurança. Para dar uma ideia do que é um dia de prova aqui fica um histórico do domingo passado:
05.00 levantar o rabo da cama (dormi mal para caraças)
06.00 chegar ao Estoril
- descarregar toda a tralha que tinha no carro
- dar uns palpites sobre o estado do mar para definir se faziamos ou não a natação com aquelas condições
07.00 colocar fita balizadora, nalguns pontos num lado e doutro, do percurso de corrida que tinha 2 km de extensão
08.00 preparar os kits com os dorsais e chips dos atletas convidados (muitos não se conheciam ainda e tivemos e ali apadrinhar as equipas); receber todos os convidados e explicar-lhes como se fazia a coisa
09.15 agarrar-me ao micro e começar a comentar a prova para o público que ali estava (na praia) logo que toda a malta saiu da água desatei a correr para a meta onde os primeiros deviam estar a chegar para ali continuar com os comentários
10.00 na zona de meta continuar a comentar, sempre sem comer nem beber, respondendo às perguntas de que acha que o "tipo do microfone é o gajo que sabe tudo". É o gajo que sabe das chaves perdidas, é o gajo a quem reclamamos da cotovelada que se levou na água, é o gajo a quem se pergunta pelos banhos, pelo cão, pelo gato, pelo pai, pela mãe, pelo juiz, pela juiza, pelo lugar, pelo tempo, pelo, pelo, pelo, pelo.... tão a ver a ideia?
10.30 estar na partida da prova campeonato nacional. isto após ter feito a ligação meta-praia do tamariz a correr a 2'50'' o km; repete-se o ciclo dos comentários para o público. Aqui tem de se estar especialmente atento aos familiares de cada atleta. É proibido trocar os nomes (eu nem uma lista com os nomes normalmente tenho e o pessoal acha que tenho de saber não só os nomes como também os currículos); é proibido esquecer alguém e um gajo tem de ser tipo computador: passa um gajo e fala-se nele! é proibido descansar nem que seja porque já se está farto de falar. Daqui até à chegada do primeiro é sempre a encher farinheiras ao micro e responder às perguntas da malta que acha "o tipo do micro sabe tudo".
12.30 Os primeiros atletas lá vão chegando à meta e começo a falar com eles. Segue-se a entrega dos prémios onde é preciso falar ainda mais e com cuidado porque entretanto chegaram os políticos. Com as palminhas todas quando aquilo acaba estou mais morto que vivo e são 14h00.
14h30 - 15h00 Recolher todo o material que se foi espalhando ao longo do dia.
15h30 Comer qualquer coisa. A meio do almoço começa o telefone a tocar, é o pessoal que quer as classificações on-line, os jornalistas que querem fazer as notícias. Ainda a meio do almoço visto o colete de reporter e faço um press-release. A meio peço um whisky, tou com uma dor nas costas de ter passado o dia em pé que nem me tenho, senão me anestesiar isto não vai lá...
17h30 Continuo a lutar contra o computador, a placa GPRS, o back-office da página da FTP, os endereços de correio que têm uma pelica a mais, o cansaço, ...
18h30 Doze horas depois estou onde comecei ao lado do meu carro, que tinha ficado na Praia do Tamariz prestes a ir para casa. Pelo caminho ligam mais jornalistas que querem os resultados. Ligo para um amigo que fazia anos e ainda lá passo em caso, vou la ver o jogo da minha académica (lá ver senão adormeço). Quando lá chego em vez de me sentar frente à tv cravo-lhe a net e vou meter a noticia do site. Lá me fartei daquilo e fui ver a bola.
22h30 Chego finalmente a casa, mais morto que vivo. Foi um fim-de-semana e pêras. Meto na TVI para ver se os gajos falam daquilo e sim senhor, falam: falam mal da bicicleta que lhes emprestei, ainda por cima minha queridíssima Specialized M5 que tanto me custou a comprar.
E é assim, um dia longo, um dia de prova. Para a semana há mais, no Cartaxo, outro Campeonato Nacional, agora de Duatlo. Depois acaba a época e vou fazer um curso de escalada, vou aos Pirinéus subir o Aneto, começo a preparar a Maratona de Paris e uma série de outras de que vou tentar falar por aqui.
Beijos e abraços
sexta-feira, outubro 14, 2005
Fotógrafo na Escola
Será que hoje em dia quando o fotografo lá vai ainda leva o mesmo cenário com as folhas de outono?
quarta-feira, outubro 12, 2005
Monstros da Maratona
Boas!
Isto já andava parado há uns dias. É assim a falta de tempo... Acho que não vai haver Azores.2, fica para a próxima, aquilo foi giro e ponto final. Entretanto já aconteceu o Triatlo do Fundão, o Duatlo do Camarnal, o Imago e as Eleições. Dos dois primeiros não guardo lá grandes recordações, as prestações não foram grande espingarda, mas que se lixe!
Hoje decidi recuperar um post que escrevi no início de Março passado, logo após ter concluido a minha primeira Maratona (sevilha 2005). Aqui fica:
"E pronto, está feito! A maratona de Sevilha já lá vai, está na altura de pensar na próxima! Devo dizer que me diverti à brava e me fartei de aprender nestes seis meses de preparação. Aqui fica o kodak da rapaziada que esteve por Sevilha. Isto agora cada de nós terá a sua maneira de ver as coisas e saberá o que passou durante a prova e o que lhe custou ultrapassar o frio (3ºC), o vento que se fazia sentir naquelas avenidas mais expostas e principalmente a chuva. Pessoalmente, apesar de ter um andar novo a coisa até se fez bem, não dei tudo o que tinha. O mister falou que era preciso um gajo controlar bem e foi isso que fiz até quase à meta. Entre o pessoal que alinhou nesta brincadeira foi mesmo o "profissional" Barruncho que se safou melhor, foi 7º mas ainda liderou a prova. Depois veio o Luís Almeida, que apesar do joelho todo assassinado, ainda conseguiu fazer 2h36m. Julgo que quem ganhou aquela aposta dos tempos terá sido mesmo o Martim Menezes, certo? E pronto, eu abri aqui o blog mas fico à espera dos contributos do resto da malta. Boa recuperação a todos!
David"
Isto vem o propósito do facto de os Monstros estarem de volta à acção. Já anda malta a preparar umas maratonas (o Manuel Machado fez no fim-de-semana passado em Nova York 2:34. PARABÉNS!!). Eu só vou começar a treinar a partir do dia 2 Janeiro (o 1 é para a ressaca). O objectivo será Paris. Quanto a tempos...tenho algumas reservas quando penso nas miseráveis provas que fiz nos dois ultimos fins-de-semana. Mas como fica bem uma pessoa fixar uma fasquia, aqui vai: 2h46m23s. Vai ser no dia 9 de Abril de 2006. Até lá ainda há muitos muitos km's a galgar e umas quantas provas a fazer.
Vou dando notícias.
terça-feira, setembro 27, 2005
Azores.1
Lá fui até à Terceira a pretexto de orientar uma prova de Triatlo na Ilha Terceira. Como fui alguma antecedência ainda consegui desfrutar um bocado da ilha.
A viagem até nem começou lá muito bem, apanhei uma daquelas tipas no balcão de check-in que só estão "a cumprir a ordens" que achou que minha mala-de-transportar-a-bicicleta não podia ir no avião porque era grande demais. Lá lhe expliquei que aquela mala foi comprada para levar a bicicleta em aviões e por isso mesmo respeitando as dimensões normais em malas-de-transportar-a-bicicleta em aviões. Lá cedeu mas não se rendeu: "bom...isto está com peso a mais...só estou a cumprir ordens...tem de compreender" e eu lá compreendi que num avião que levava menos de metade da lotação os meus 7kg a mais deviam de facto fazer uma grande diferença. Assim...lá paguei, não fosse o avião cair ao Atlântico à pala dos 7kg... mas atenção: o paguei parece fácil mas não...que aquela malta dos balcões sua muito...olá se suam!!!Fui ao primeiro balcão para deixar o graveto e a tipa aponta para a colega me atender que ela estava a comer pistaccios, lá fui ter com a colega, ouvi a fulana contar a outra que estava ao lado que ali no aeroporto se apanha de tudo: "no outro dia era uma à procura do marido que tinha fugido com a secretária. Mas ela já tem experiência e topa logo o que se passa com o pessoal, é que ela já tinha visto de tudo...no entanto, a avaliar pelo tempo que levou a espetar o carimbo no meu papel (ia meter e depois arrependia-se a centímetros do meu papel ao ritmo que dizia à outra já ter visto de tudo). Enfim..custou mas lá me carimboa aquela porcaria e meti-me finalmente no avião.
No dia que cheguei, quinta-feira, já não deu para grande coisa. Na sexta então lá curti um bocado mais da ilha. De manhã cedo fui treinar corrida ao longo de uma estrada que liga a Silveira a S.Mateus e devo ter sido "quase atropelado" por umas 10 vezes. Aquela malta, cuidado...só tunnings!!! Para o almoço guardei a bela da natação naquelas águas limpinhas e ao final da tarde o meu programa favorito: passeio de bike!!
Só para que conste:eu trabalhei toda a manhã e toda a tarde, ok?!
Falaram-me no Monte da Ribeirinha e lá me mandei por ali acima, a vista sobre Angra do Heroísmo vale muito, mas mesmo muito, a pena!! Ali do alto percebe-se perfeitamente a ideia da "manta de retalhos". Dali desci por umas estradinhas em muito mau estado (para uma bicicleta de estrada) e fui na direcção de Porto Martins, dali perdi-me e fui andando meio na direcção da Serra do Cume meio na direcção de Praia da Vitória. A minha ideia era encontrar um local onde apanhar a via-rápida e ir de novo para Angra. Só o consegui na Praia e fui obrigado a trabalhos forçados para chegar a tempo ao Hotel de tomar banho e regressar ao aeroporto para apanhar o resto da malta. Consegui!
Para a noite ficou um belo jantar no AquaEmotion, junto à marina. Vale bom ambiente e cozinha muito simpática e saborosa. Dali deu para me esticar pelos bares e casas mais estranhas...devo confessar que juntamente com o Moura e Edgar trocamos a porta da discoteca "normal" por uma casa onde há umas miúdas que nos cravam copos... :-) Lá expliquei que a minha ideia para aquela noite não era bem aquela "peço desculpa mas hoje não, amanhã quem sabe..."
Bom...hoje vou ter de me ficar por aqui. Amanhã volto a esta conversa e vou tentar publicar alguma foto.
Portem-se como vos der na real gana!!
quarta-feira, setembro 21, 2005
Primeira bufadela
Este é o princípio. Princípio não sei bem do quê, mas é um princípio.
Já ando com a ideia de criar algum sítio onde possa deixar as minhas ideias há uma série de tempo mas sempre tive a mania que havia de ser qualquer coisa em grande. É como tudo o que eu faço: ao início quero que seja sempre uma bomba mas depois a coisa vai passando e o entusiasmo por vezes perde-se. Mas enfim...vamos lá ver se este weblog não resulta em mais uma obra inacabada...
O porquê do nome? Bom, estava a pensar qual o denominador comum a todas as coisas que me dão pica fazer e cheguei à conclusão que todas elas têm o mesmo combustível: o oxigénio! É isso que se consome (juntamente com outros ingredientes, mas isso já era complicar demais) quando se sobe uma montanha de mochila à costas, ou com a bike às costas, quando se corre uma maratona, quando se faz um triatlo, quando se nada num plano de água e até mesmo quando se ama alguém. Para todas estas actividades há que ter pulmão, ou pulmões. A ideia é essa. Ao fim e ao cabo queria que o nome pudesse ter várias interpretações. Ter pulmão para fazer não sei o quê é ter pica para fazer esse quê. E já os antigos dizem quando vêm passar um gajo com pica para fazer alguma coisa que aquele gajo leva pulmão. Tá percebida a ideia? OK...adiante!
Neste primeiro post não vai dar para escrever muito mais. Amanhã arranco para os Açores e ainda tenho mil e duas coisas para deixar prontas. Vou ver se consigo levar a bicicleta até à Terceira, tenho alguma pica para pedalar naquele ondulado vulcânico. Se isso acontecer depois conto. Uma coisa é certa: sapatilhas e fato isotérmico vão na mochila. Com estes dois já garanto umas braçadas naquela água (mais) salgada e com um pouco de sorte ainda assisto a mais uma tourada de mar de dentro do próprio mar. As sapatilhas garantem-me que vou ficar a conhecer um bocado mais da Terceira. É sempre isso que faço quando chego a qualquer lugar novo, calço os ténis e lá me tento perder durante uma horinha. Experimentem!