domingo, dezembro 31, 2006
Live from Tasca da Pombalina, fim-de-ano
S. Silvestre da Covilhã
Quanto à prova em si: miséria fransciscana!!! O atletismo está velho! Não há miúdos, não há público, não há brilho nenhum... É incrível que se deixe caír a este ponto a modalidade mais fácil e mais barata de organizar e dinamizar. Eu pergunto-me: será que o Carlos Pinto (Presidente da Covilhã) não tem brio em organizar bem? Numa terra que deixa a ideia a quem a visita que gosta de receber com nível faz-me confusão que ali se organize uma prova tão fraquinha. Não havia música, não havia público, os pançudos que foram entregar os prémios aos atletas (em espaço fechado) fumavam enquanto o faziam. Enfim... Tenho para mim que as provas de atletismo já só são um fenómeno de massas se tiverem o apoio material da Nike, Adidas ou afins. Sem isso não há participantes furtuitos, só os habitués.
Gordo que um techugo, mas tass bem...
Hoje é REVEIÓM!!! Divirtam-se e rezem por mim... Tenho no currículo noítes de fim-de-ano de uma dureza atroz... BOAS ENTRADAS!!!
sexta-feira, dezembro 29, 2006
SOREA 2006
A vida nas Repúblicas é um assunto a que desejo voltar um dia destes.
Nestas Casas, onde não há senhorios, manda quem lá está. Temos de dividir com 12 marmanjos/as todas as zonas da casa, partilham-se tarefas e define-se em conjunto a posição da Casa na vida estudantil. Acredito que estas responsabilidade fazem crescer e alargam os horizontes a quem por lá passa.
Infelizmente venho constantando que nos dias de hoje já poucos chavalos abdicam dos seus luxos para viver em Repúblicas. Já quase todos têm o seu carrito, computador, casa própria (com playstation incluída) quando vão estudar para fora. Mas bom, eles nem sabem o que perdem...
Aqui ficam alguns kodaks com alguns dos amigos da SOREA:
Scènaire de Misère...
Já não me lembrava de andar de bike 3 dias seguidos e muito menos 3 dias seguidos fazendo bidiários (mansinhas variações de corrida-natação-ciclismo)...
Pelo Fundão não está nem chuva nem frio, nada...
E os próximos dias não se adivinham fáceis. Amanhã volto a uma prova de atletismo, S. Silvestre da Covilhã. Sim, eu sei, como estou a andar que nem um macho nada melhor que uma prova que ou sobe, ou desce...
Ah! É só para avisar que já tenho bilhete para Londres. Vou estar por lá no fim-de-semana de 22 de Abril, que por acaso é o da Maratona :-) [depois conto].
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Time Magazine - Agradecimento
Há muitas pessoas a quem o gostaria de dedicar este prémio. Mas há uma... Que de destacou um tudo nada mais que as outras... alguém muito especial... (voz embargada pela emoção)... uma pessoa que tem estado sempre junto de mim, nos bons e nos maus momentos... mesmo que às vezes tenhamos as nossas convulsões... a mim próprio!!! Bem haja David. Este prémio, de Personalidade do Ano, divido-o contigo. Parabéns!!
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Wish List - Noel 2006 ("Vá lá....")
1 - Joe, esta é prenda que te peço a ti: Manda-me lá 3 ou 4 daquelas tuas amigas ai do centro da Europa. Podem muito bem ser daquelas fantásticas que adoram algemas e brinquedos afins. Como tenho andado sem problemas com a justiça pedia-te o favor que me fizesses chegar também os respectivos acessórios;
2 - Lá para casa: se alguém se quiser chegar à frente para me oferecer um móvel girissimo para a sala de estar eu ficaria muito satisfeito. No meio da confusão se tombar um plasma aqui o jovem agradece;
3 - Para escalar: dava-me um jeitaço uns madrock novinhos em folha, uma cordita e um conjuntinho de 6 expresses;
4 - Para a montanha: qualquer blusãozito de penas, assim tipo que este Millet que está a um preço fantástico na Decathlon me deixariam super-hiper-mega satisfeito. Se no meio da confusão tombar uma cordita de gelo para usar em dupla como se fosse uma de randonee também se agradecia;
5 - Para a bike: uma suspensão nova. Em Maio quero fazer os Pedales de Foc e vinha mesmo a calhar ter assim um SID, ou afim, para ajudar as minhas frágeis costas;
6 - Para correr: tou mesmo, mesmo, mesmo, a precisar de sapatilhas de treino. Dou-me bem com Asics Kayano. Vá lá, vá lá, vá lá...
Já agora, com o inverno à porta nada como um modelito calça-casaquinho Nike Sphere. Não?... é que eu tenho de ir à Maratona de Londres com muitos km's feitos no Inverno... vá lá, vá lá, vá lá...
7 - Para ler: uhm... Gonçalo Cadilhe, Reinhlod Messner e tudo o mais que meta montanhas e sitios giros. Na Econauta há alguns giros;
8 - Um I-Pod. Dá jeito, vá...
9 - Um Lexus. Não sou muito esquisito quando ao modelo. Mas se for a Gasolina queria também um cartão Galp Frota;
10 - Como me sinto um Mister Universo gostava ainda de acabar com a guerra e com a fome no mundo. Não sou um génio?!
11 - Um rádio novo para o carro. Um que leia cd's de MP3 (originais, claro está!!);
12 - Uma noite de Natal daquelas à moda antiga no Fundão. Eu este ano faço o relato. Podem crer que se vão espantar com aquilo por lá se passa;
13 - Dá azar!! nao quero nada neste ponto;
14 - Uma máquina de lavar louça que me limpe a casa e me aqueça a cama (Joe...).
Agora que já sabem tudo o que eu quero. O QUE É QUE AINDA AI ESTÃO A FAZER?!!!!! ANDAMENTO!!! VAMOS LÁ DAR USO A ESSES CARTÕES DE CRÉDITO!!!
E pronto... eu prometo que depois conto tudo o que recebi. Eu até podia dizer o que não recebi mas isso era fazer todo um novo post, é mais fácil daquela forma.
Beijos e abraços!
AH! Lembrei-me agora mesmo que preciso de um router wireless cá para casa!
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Gredos
Mas vamos a lá a Gredos:
Aproveitando o feriado zarpamos para o Fundão ainda na quinta-feira à noite. Pernoitamos em magote na casa das Laranjeiras minha Fanzada Saral. Infelizmente aquela andorinha veio a sofrer um tremendo azar: a esquina da parede do cemitério da Aldeia de Joanes atirou-se-lhe para a frente do Jipe e escaqueirou-lhe a parte direita. Obviamente que a brincadeira da Srª. Parede causou um tremendo transtorno à Andorinha que o pilotava (nem falo daquele criado na carteira da Mãe
Para quem já conhece Gredos a ligação ao refúgio Elola acaba por ser um pro-forme, mas para quem nunca ali esteve já dá para encher o olho, principalmente quando se chega aos Barrerones e se avista o Circo Glaciar que torna famosa esta pequena montanha.
Circo de Gredos a partir da Laguna Grande
Chegados ao Elola foi só largar a tralha e fomos improvisar um bocado: trepadelas, destrapadelas, uns rappels e uns deslizes encosta abaixo só mesmo para curtir e desenfurrejar.
Finalmente no sábado o prato principal: Almanzor.
O tempo não estava grande espingarda e muita gente optou por ficar no Refúgio. Apesar da neve constante, vento e frio as condições era mais que suficientes para se chegar lá acima em segurança. A neve mole facilitou a subida da Portilla del Cranpón mas dificultou a trepada final até ao topo do Almanzor. As condições eram as que a foto documenta bem...
Zé Maria, Miguel e Daniel no Almanzor
Moi memme, Daniel (escondido tipo emplastro) e Catarina
Troy descendo do Almanzor
A partir dali foi só mesmo cumprir e desfrutar. Descemos pela Portilla de los Cobardes e num tiro estavamos na base do Venteadero. É curioso que assim que o pessoal se sente cá em baixo ao stress que possa haver desaparece e em nada a conversa entra cueca a dentro. Portanto, baixa a altitude e com ela o nível!!
Chegamos ao Refúgio a meio da tarde e por ali nos entretemos em amena cavaqueira, jantando ao som de umas botelhas de vinho da Rioja. "Ele lá há vida melhor que esta?! Durante o dia levar porrada no pelo e à noite molhar o bico?! Ele não catano!!!"
E pronto, tá feita sintese daquele fim-de-semana. Neste último fim-de-semana ainda se pensou em voltar para fazer a Integral do Circo em autonomia mas por motivos diversos tivemos de colar a ideia ao tecto. Por um lado ainda bem porque as condições não deviam ser as melhores, a avaliar pelos acidentes: um morto (no Almanzor) e um ferido. Ainda está desaparecido um outro montanhista que teria deixado o carro na plataforma no dia 29...
Ainda assim, nada de especial (com o devido respeito aos acidentados) se compararmos com a guerra-civil em que se transformam as estradas e a noite num fim-de-semana prolongada. (...pareço um velho a falar...).
segunda-feira, novembro 20, 2006
Pé tunning
Com este novo acessório o membro tem ganhos claros em termos de rendimento e também funcionará como aparelhagem sonora quando passar nos detectores de metais dos aeroportos!
A escolha em colocar este equipamento de ponta obriga a um período sabático durante o qual tem de espalhar magia com um belo par de canadianas!
À proprietária do pé eu digo: "Espero sinceramente que muito em breve estejas de volta à vida artistica!"
Uma valente beija no pé!
A criatura
O seu principal super-poder é o "babadismo". A dócil criatura tem a capacidade de pôr os seus entes a babar por ele, fazendo-os assumir poses e atitudes socialmente repropáveis. As principais vítimas são os avós e o seu tio David (eu próprio).
sexta-feira, novembro 03, 2006
João Garcia conquista o seu oitavo 8000
Não tenho dúvidas que com o currículo e know-how que possui, muito facilmente (acredito até que com muito menos responsabilidades e esforço) o João Garcia se encaixaria noutras expedições e cumpriria o seu objectivo de fazer os 14 cumes com mais de 8000 metros. Mas ainda bem que ele não está a pensar só em si e decidiu colocar a sua imagem (capitalizada no patrocínio do Millenium BCP) ao serviço de escaladores mais jovens mas com potencial idêntico ao seu.
Tanto quanto me foi dado a perceber pelos posts do Aurélio Faria no blog da SIC onde a expedição foi sendo acompanhada, as coisas correram sempre pelo melhor até muito perto do final. Apenas a Ana e o Helder não se sentiram em condições de subir ao cume, os restantes três e um sherpa que os apoiou pisaram o cume do Shisha Pangma no passado dia 31 de Outubro.
Infelizmente a história nao se ficou por aqui uma vez que já que na descida o Bruno Carvalho veio a falecer (mas sobre isto fale quem sabe, eu só quero mesmo falar da parte boa da coisa!!).
segunda-feira, outubro 30, 2006
Maratona do Porto - Antes tarde que nunca!
Assim sendo, aqui fica um pequeno registo da Maratona do Porto onde fui dar uma mãozinha ao Miguel Jourdan para bater o record do Fernando Carmo (piquem-se praí!!).
Só fiz a segunda metade da prova mas acabou por ser uma manhã bem passada. Confesso que já sentia saudades de estar em prova (ainda que aqui só tenha estado meio em prova) e deu-me algum gozar puxar a segunda meia ao Jourdan que acabou por fazer 2h44m. Os primeiros quilómetros que estive com ele ainda custaram um pouco, não só devido ao vento de frente que se fazia sentir com alguma intensidade, mas sobretudo ao fraco andamento das minhas pernas. Corremos entre 3'45'' e 3'50'' (por km) mas depois o ritmo quebrou um pouco e os últimos km's sobre o paralelo já foram feitos um pouco acima dos 4' por km.
Esta participação, para além do gosto em dar apoio aos amigos, surge porque tinha em mente fazer em Dezembro fazer a Maratona de Lx, mas já disse tudo: TINHA! O dia-a-dia não tem dado tréguas e não me sinto com suficientes Km's nas pernas para enfrentar a prova como desejo. Assim... conversamos lá para Abril, em Londres!!
Jourdan e eu junto à Foz
Ironman Hawaii
Indiferente à tendência mais europeia (não sei até que ponto é correcto eu dizer isto) de diminuir as distâncias e tornar o triatlo mais competitivo o americanos lá fizeram os seus IM crescer a coisa tornou-se num fenómeno super aliciante e atractivo para todos os viciados do treino (espécie abundante na comunidade triatlética). Eu considero o espéctaculo em si demasiado americanado: até se canta o hino dos USA antes da partida. As histórias de superação pessoal tipo Armstrong são às dezenas. Veteranos de guerra são alguns, deficientes motores são mais uns tantos e não fosse a forma como estas histórias são exploradas tudo seria muito louvável. Mas passemos à frente!
A prova em si é um regalo para os mais ferverosos adeptos da modalidade, uns milhares de atletas, braços e mais braços a tentar progredir na água. A coisa é de tal forma que por vezes é difícil encontrar a água entre tanta gente!
Este ano o primeiro segmento foi extremamente lento. Todos os favoritos nadaram em magote na frente e por pouco não era uma senhora que chegava à Transição 1 na liderança da prova. Nestas condições quem mais beneficiou foram os ciclistas mais fortes que tiveram oportunidade de se colocar na frente desde os primeiros quilómetros. Neste segmento o homem do dia foi o alemão Normann Stadler (vencedor em 2004) que deu um verdadeiro recital em cima da bike e bateu o melhor tempo do percurso (fez 4h18m). Atrás dele rolou um grupo com os restantes candidatos ao triunfo mas que chegou à segunda transição já com mais de 10 minutos de desvantagem. Assim sendo, apesar da boa corrida do Chris McCormack, o Stadler resistiu e venceu o seu segundo IM Hawaii. Muito interessante foi a prova do Espanhol Eneko Llanos que foi 5º mas com uma prova muito equilibrada, provando que é um dos mais completos do mundo do triatlo: faz excelentes resultados na distância olímpica, brilha no triatlo BTT e tem estado em grande nos IM que se propõe fazer.
Nas senhoras outra ex-olímpica Michellie Jones foi a grande figura do dia, vencendo pela primeira vez.
A prova também contou com uns quantos portugueses. De entre os que ali participaram há estórias muito interessantes de dedicação ao treino. O Rui Rodrigues é o que mais merece a minha admiração. Vive em Sesimbra, vem todos os dias para Lisboa, tem três filhos, uma empresa de informática, uma lesão e ainda assim baixou das 10 horas!! Brilhante!! O Sérgio Dias, apesar de me parecer que estoirou na Maratona, também baixou das 10 horas na estreia o que é digno de nota. O João Santos foi outro PT nos Age-Groups, fez 12h.17m.
Em prova esteve ainda o Sérgio Marques (este entre os Pros) que foi 19º com 8h40m32s. Para ele eu colocava a fasquia mais alta. Parece-me que ainda precisa de trabalhar bastante na natação e mais ainda no ciclismo (encara normalmente de forma muito controlada, pensando no parcial de corrida). Apesar de ter feito o melhor parcial no segmento de corrida (2h43m55s) acho que perder 21 minutos para o grupo dos principais candidatos (não falo nos 32 para o Stadler) é demais para quem tem ambições a lutar pelo top10.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Matação e Poço Pinto
Pouco passaria da uma e meia da manha quando, ao efectivar o merecido descanço dos tais 140, me recolhi a um dos carros para dormir... Acordei um tanto ou quanto indisposto (vá-se
lá saber porquê?) e saí do carro no meio de um intenso calor e com um único objectivo em mente, encontrar água.
Segui em direcção ao portão e, ao entrar na quinta, perscutei algo estranho com a visão periférica do lado esquerdo... Virei o olhar e deparei-me com aquilo que, à primeira vista, me parecia ser uma criatura primitiva, tipo preto do Mali cruzado com um familiar do predador... Numa segunda análise porém, reparei com atenção num pormenor, os olhos da criatura estavam cerceados por uma auréola quase branca...
O momento era quase hediondo!... Um hominídeo putrefacto, dentro de um poço com 5
metros de altura, esgueirado a um canto e apoiado lateralmente com os braços, em posição de Cristo crucificado...
Havia, no entanto, algo que ainda intrigava a pouca porção de intelecto que detinha - aquela
voz,... aquela voz era-me familiar..., grossa e traquina, ao que, por final se fez luz!!! O Sr. Pinto!,
crucificado ao canto de um poço!, martirizado em prol das gentes da Várzea!, "Oh! Pinto que estais no Poço..."
Tudo acabou, a final, por correr bem. O Pinto viveu e lá seguiu para casa, de carro e tudo,
ajudado pelo Eurico. Da origem da queda pouco se sabe... Há evidências de um poste de granito,
adjacente ao poço, partido e tombado... O prórpio não tem bem a certeza dos factos e, na ausência de verdades, vão-se aventando motivos para o desenlace.
Há quem tenha as teorias mais rocambolescas, desde aqueles que defendem a intencionalidade em entrar no poço a fim de se refrescar, até à teoria do salto de fé para expurgação dos males do corpo depois dos ditos 140, passando, inclusive, pela possibilidade de tudo não ser mais que uma aparição ou alucinação colectiva, sendo que, para os defensores desta última teoria, o Pinto nem lá esteve...
Mas o que conta meus amigos, é que estas histórias passarão de geração em geração e constituirão, um dia, a memória e o espírito dos Varzeanos... A final de contas, há já quem diga que o lodo do Poço Pinto tem propriedades curativas e que, quem o beber, nunca morrerá numa queda...
Nestes termos, proponho, no seguimento da proposta do Exmo. Sr. Presidente Ranger da Várzea, que seja erigido um busto, no pilar partido junto ao poço, que, se não representar o Pinto figurativamente, terá, pelo menos, de evocar a sua iamgem em sofrimento redentor...
sábado, setembro 02, 2006
Quartel General
- Tirei a gravata
- Descalcei os sapatos
- Vou fazar aqui de casa o meu Quartel-General
- Vou chamar um doutor e combater esta cabala
sexta-feira, setembro 01, 2006
Heli abastece Refúgio
Para os menos familiarizados com isto dos Refúgios de Montanha eu posso falar um pouco disto. Os outros meninos estão dispensados e podem ir para o bufete comer "assandes de pãozinho da casa com rissol". Nestes refúgios é possivel pernoitar e tomar refeições bem como fazer consumo de bar. Como devem imaginar, estando os refúgios cheios durante a época estival (ainda que de Inverno alguns também estejam) a quantidade de mantimentos necessários é enorme. E também o lixo que resulta das refeições confeccionadas é mais que muito e precisa de sair dali. Como trazer tudo em saquinhos à costas da rapaziada que lá trabalha está fora de questão e meter a carga em mulas também é muito trabalhoso a opção dos dias de hoje passa pelo recurso aos Heli. Claro que tudo tem um custo e no final é o mexilhão que paga a bela da latinha de coca-colinha e 2€ e qualquer coisa...
quinta-feira, agosto 31, 2006
Quem vai aparecer ali em 2006?
Carros de Foc: Estanny Llong -> Colomina
Aqui fica a primeira parte do relato de meia dúzia de dias muito bem passados pelos Pirinéus Catalães:
Fizemo-nos à estrada no dia 21 de Julho. Ficámos a primeira noite a cerca de 100Km’s de Madrid. Na manhã seguinte rumamos a Boí, onde chegámos pouco depois da hora de almoço. A opção de ficar uma noite a meio do caminho revelou-se a mais acertada visto que o estado de frescura com que chegámos a Boí ainda nos permitiu montar tenda no Parque de Campismo de Taúll e explorar a fantástica paisagem da Presa de Cavallers.
Em torno desta barragem há centenas de vias de escalada, é um verdadeiro paraíso para os amantes da modalidade. É granito e há por ali vias para todos os níveis e gostos. Entre Cavallers e Taull ainda fiz um treininho de corrida de mais de 1h30m que me soube que melhor que uma massagem tailandesa (acho eu… mas também... nunca experimentei nenhuma) para deixar as pernas no sítio. Ainda contei com a companhia do Troy em boa parte do tempo mas ele acabou por trocar parte do percurso por um banho num riacho com a conivência de um simpático guarda que viríamos a encontrar dias mais tarde longe dali e que ficou nosso amigo.
No dia seguinte iniciámos o Carros de Foc propriamente dito. Como já vos falei começamos pelo Refúgio Estany Llong. Para aí chegar tivemos de usar um dos muitos Táxis Todo-o-Terreno que o Parque Natural coloca à disposição dos visitantes (ai… tanto que se poderia falar do bom exemplo que isto constitui para os Parques da Estrela e Gerês). O preço é de 4,4€ por artista.
Os primeiros Km’s são em estradão florestal e não apresentam grandes dificuldades. Chegados ao Estany Llong entrámos finalmente no percurso do Carros de Foc. Ai recebemos o forfait e o primeiro dos 9 carimbos. Ála Cardoso, que havia muita vontade nas pernas para derreter!
Fizemo-nos a caminho do Colomina, o refúgio imediatamente a seguir, onde iríamos ficar na primeira noite. Assim que se entra no percurso do Carros de Foc o trilho estreita e vamos subindo cruzando colos fantásticos. O primeiro (e ponto mais alto da primeira etapa) que cruzamos foi o Colo de Dellui.
A vista para o lado de lá é soberba: avistam-se as primeiras grandes lagoas de origem glaciária e sente-se pela primeira vez que estamos em montanha a sério.
Dobrado este colo decidimos descer até uma das lagoas e comer por ali qualquer coisa. Claro que com o calor que se fazia sentir e com aquele plano de água lindo à nossa beira lá tivemos de mandar um pincho à moda da beira. Soubemos depois que é (muito) proibido tomar banho nas lagoas. Mas com aquele calor é quase como negar comida a um pobre, quase vá...
A cena pinchal não correu bem de todo já que o Daniel (julgo que por comido antes) sofreu amoque que felizmente não passou do susto (ele que conte os detalhes).
Terminado o procedimento pinchal lá nos fizemos ao caminho e cerca de 1h30 depois estávamos a chegar ao destino, o Refúgio Colomina. Ali passamos a ter um carimbo mais nos nossos forfait.
O refúgio é pequeno e está plantado ao lado de mais uma lagoa e com uma vista muito interessante sobre um “vale civilizado”, o que significa rede de telemóvel e que me permitiu ficar a par do que se ia passando na Taça do Mundo de Triatlo de Corner Brook (mais ma vitória para a Vanessa). Graças a uma revista que estava no refúgio fiquei a conhecer um pouco mais do Floyd Landis que nesse mesmo fim-de-semana ganhava o Tour de França. Quem diria (ou secalhar até alguém diria) que umas semanas depois viria a ser novamente falado por estar envolvido em mais uma valente fantochada ciclistica (às quais já nos vimos habituando…).
Bom… logo que haja uma aberta…prossigo com o relato!
Abraços
David
quinta-feira, julho 13, 2006
Carros de Foc
O motivo pelo qual meto a palavra prova entre comas é porque esta minha travessia vai ser feita não no formato competitivo (num só dia) que se designa por "Sky Runer" mas sim no formato "Open". Neste formato não estamos obrigados a cumprir requisito algum de tempo, apenas temos de passar por todos os 9 refúgios, terminando onde começamos. Cada participante recebe um "forfait" onde são carimbadas as horas de passagem por cada um dos refúgios:
Vamos seguramente aproveitar para fazer umas valentes chapas que prontamente aqui vos trarei. Do programa nos Pirinéus faz ainda parte uma ascensão ao Besiberi:
Do plano desta ida aos Pirinéus fazia parte o Duatlo do Val D'Aran mas como não tive oportunidade de me preparar como a prova o exige optei por me estrear numa próxima oportunidade. Este Duatlo é bem durinho (9Km Corrida, 85Km Ciclismo, 16Km Corrida com muitas rampas a acompanhar) que me causa grande curiosidade.
terça-feira, julho 04, 2006
Portugal Eco-Aventura
Achei o conceito da prova muito interessante. Entre as 08.00 de sábado e as 13.00 de Domingo foram mais de 20h41m em prova. Fosse a correr, sobre a BTT (sobretudo isto) ou a pagaiar (canoas) não houve grandes pausas. Ao longo do dia nem tempo há para mudar de roupa. Começamos no BTT, passamos pela lagoa de Óbidos, fizemos Run&Bike pela zona e a prova acabou finalmente no centro de Óbidos.
O balanço que faço é extremamente positivo até porque fomos 3!!! E sorte a dos adversários que eu era neófito, o Feijão só agora começou a orientar e o Manuel estava lesionado e não podia correr. Que faria se assim não fosse. Eles que nos aguardem... :)
Abraços!
Putente Pai
Não foi coisa ruim, mas a propósito de cheiro a ... alambique, recordo um episódio de rua, já lá vão uns anitos. Mas é bom recordar.Assistia ao "cortejo dos gasosos" e da boca de um inesperado "gasoso" a afirmação ecoa na avenida: "eis o meu potente pai !"Se a afirmação não fosse feita num estado tão "gasoso", diria que aquilo foi apenas o lançamento dum boomerang... publicitário !Mas aceitemos o princípio de que “tal pai ... tal filho...”E pelo momento em que, devido a inesperado estado gasoso, fui elevado à condição de “potente pai”, lá vai uma poesia de arrebenta:
A PROPÓSITO DE 15 CENTÍMETROS
se a vida for medida ao centímetro
numa média de 75 anos.
De uma geração passada
Ao centímetro me fiz gente
Primeiro não era nada
Logo depois foi dureza
Sentida por homem potente
Cuja medida não pára
De se agitar com firmeza
Dando lugar a esta cara
Ao centímetro medindo a vida
Com vinte me fizeram magala
E já sem barba comprida
Fiz obediência a mandões
E lá tive de bater pala
Vezes sem conta ou medida
Só porque tinham galões
Ou uma farda vestida
Em dois furos da escala
Por Angola eu andei
Mas sempre tive na mala
Para servir a quem gosta
Suave música que dancei
Em terraço ou escura sala
E logo ela se encosta
Na medida que a embala
Mas seja ela qual for
A medida é sempre exacta
Pois em momento de ardor
Nunca o centímetro contou
Nem quando a fome se mata
Alimentando o amor
De quem por nós suspirou
Como um hino de louvor
Uma vida assim medida
De um até setenta e cinco
Não é uma média comprida
Quando se chega a sessenta
E com quinze ainda brinco
De uma forma sentida
Esperando pelos oitenta
C’o mesmo amor pela vida
Agora contai lá vós
A medida que vos falta
Mas ide trincando a noz
Nem que já vos falte o dente
Bem alto dizendo à malta
Que o quinze é bem feroz
Uma medida certa e potente
E capaz de erguer mós
Um grande abraço e bem-haja ao meu "Putente pai"!
segunda-feira, julho 03, 2006
Sim, ainda estou vivo!
Ora bem... na semana passada andei por terras dos nossos Prrrimos (os da França). Viajei até perto de Besançon (em rigor foi Autun) onde tive oportunidade de assistir ao Campeonato da Europa de Triatlo. Na realidade fui lá a propósito da candidatura à organização do Campeonato da Europa de Triatlo 2008 e lá trouxemos para .pt a dita prova. Fiquei satisfeito, agora venham de lá as dores de cabeça e os gajos (sempre muito bem informados e a revelar inteligência) a dizer mal (estamos em Portugal)!!
Autun é uma vila simpática e organizou um Europeu verdadeiramente espectacular, principalmente em termos plásticos. Tirando partido de um magnífico lago quase dentro da Vila, um ciclismo duro com umas subidas à maneira e um tramo em pavé e um circuito de corrida a acabar num espectacular Circo Romano fez-se uma prova muito bonita.
Os tugas estiveram em bom plano, a Anaís sagrou-se Campeã em Juniores. Os putos júniores fizeram provas muito interessantes e estão a dar sinais que no futuro temos ai uns chavalos para dar cartas. Nos Elites, a Vanessa mostrou que é mesmo a maior do mundo e uma grande senhora e o Bruno foi sexto. Se dúvidas havia que o pequenino que não sabia nadar tá feito num dos melhores do mundo elas estão dissipadas. "Ah e tal não vale a pena apostar no Bruno" mas ele é actualmente o Nº2 da Taça do Mundo e 3º do Ranking Mundial... que faria se valesse...
Moi memme e a Cordonilda
terça-feira, maio 23, 2006
João Garcia no Kangchenjunga
“Que horas eram, Ivan?..” Em espanhol, João Garcia pergunta ao alpinista equatoriano as horas a que atingiu o cume do Kangchenjunga. “Eram 5 horas e 6 minutos!”. A resposta pronta, também em espanhol, é bem perceptível, na conversa por telefone satélite, estabelecida com Lisboa, a partir do Campo 4. Era já noite dentro, - 23 horas, hora nepalesa, fim da tarde em Portugal -, quando João chegou exausto à tenda montada aos 7700 metros e, depois de quase 24 horas de esforço ininterrupto na chamada “zona da morte”, se meteu no saco-cama para comunicar a conquista da terceira montanha mais alta do mundo. O cume do Kangchenjunga, que no dialecto tibetano do Sikkim significa a Montanha dos 5 Tesouros das Neves Eternas, foi alcançado sem oxigénio artificial nem carregadores de altitude; como companheiro de cordada, o português, que contava inicialmente realizar a escalada “a solo”, teve o experiente Ivan Vallejo, o alpinista do Equador que já subiu 12 dos 14 cumes de 8000m. “Agora já acredito e percebo quando me diziam que esta era a montanha mais dificil de 8 mil metros”. Com a respiração ofegante, João descreve as dificeis condições da ascensão final desde os 7700 metros até ao cume de 8856 metros. “O tempo estava bom, as condições meteorológicas foram favoráveis, tinha neve até ao tornozelo, mas foi ‘supertécnico’ até à última, é uma escalada mista, com muitas passagens de rocha e necessidade de fixar muitas cordas...” Com o Kangchenjunga, alcançado esta segunda-feira, 22 de Maio de 2006, João Garcia conquistou o seu sétimo cume de 8 mil metros - e só existem 14 no mundo inteiro - e confirmou o seu valor como o maior alpinista português.
Ligações interessantes:
Millennium BCP - Expedição ao Kangchenjunga
Blog da Expedição ao Kangchenjunga
segunda-feira, maio 22, 2006
João Campos
O João era um companheiro da Casa do Benfica lá do Fundão, faleceu fez ontem uma semana enquanto treinava ciclismo. Na zona da Golegã, foi vítima de atropelamento. Os pormenores da tragédia não os conheço e mesmo que os conhecesse não os exploraria, não é essa a forma que gosto de recordar as pessoas por quem tenho algum carinho ou admiração.
Há uma expressão que me assalta a cabeça nesta alturas: "Morrem cedo aqueles que os Deuses amam"
O João era seguramente um daqueles a quem os Deuses amam! Também... só podiam... um tipo completamente simples, sem caganças, um tipo que lutou a pulso para conquistar tudo quanto levou deste mundo. Admiro o João e dele guardo uma séries de pequenas lições. Daquelas coisas muito simples que apenas os grandes homens são capazes de nos ensinar.
O João ficou hospedado comigo, uma semana na Patagónia em 2005, fomos ali para disputar o Campeonato do Mundo GreenCup (Duatlo de Montanha). Nesses dias fiquei a conhecer melhor aquele tipo, que era meu companheiro de equipa no Fundão, mas a quem conhecia pouco mais que a simpatia e um grande talento para o desporto sobretudo para correr forte. Com umas 8 horas de fuso horário o João fazia todo o seu dia em função das horas portugueses para saber a que horas poderia ligar à Carla (a sua esposa), aos Pais mas sobretudo à sua filha. Era impressionante a maneira entusiasta como o João falava com os seus. Claro que toda a gente gosta dos seus mas isto é como a Fé, todos a têm mas uns são mais praticantes que outros e o João era mesmo praticante. Daqueles mesmo a sério!! Qualquer família que integre alguém com aquele empenho em partilhar tudo e mais alguma coisa, só pode ser muito unida e solidária. Isto eu aprendi com o João.
O outro coisa deliciosa no João eram os seus comentários no final das provas. Parecia que ficava tomado pelo soro da verdade e fazia comentários fantásticos dos quais eu destaco um, feito no Cartaxo logo após ter conquistado a medalha de bronze no Nacional de Duatlo e que vou partilhar connvosco:
Nesse manhã eu abordei o João a dizendo-lhe que devia ter calma e inteligência na gestão da sua prova, que não devia ser ele a rebocar os grupos no ciclismo já essa responsabilidade era doutros que não dele. Fiz isto porque o João era daqueles tipos que corria de peito aberto, com todo o seu potencial não guardava nada, dava sempre tudo. Enquanto ali houvesse gasolina aquele acelerador estava a fundo!! O João fez uma prova brilhante. Correu na frente e quando no ciclismo estava tudo a olhar uns para os outros ele atacou e foi embora sozinho entrando isolado na transição. Apesar de apanhado pelo Alcino Serras e pelo Rui Belo na corrida final segurou a medalha de bronze e no final lá dizia ao micro de forma apaixonada (o peito estava sempre bem aberto): "Eu sou um lutador, não guardo nunca nada para depois, se posso...ataco!! Sou assim desde miúdo. SOU UM LUTADOR E VOU MORRER A LUTAR"
É esta forma apaixonada de estar na vida que eu guardo do Chiapa (era que nos tratávamos depois daquela semana na Argentina). Vou ter saudades de ir para o Fundão e à passagem por Abrantes ligar ao Chiapa que me convidava logo para ir jantar com ele. Vou ter saudades de ouvir as declarações do João mas sobretudo vou ter saudades das lições de humildade que ele dava a todos quantos com ele privavam.
Mas como ontem diziam na homenagem que lhe foi feita no Duatlo de Grândola "Só se morre quando se morre na memória dos Homens". Fica aqui o meu contributo para que a memória do João perdure no tempo. Eu não o vou esquecer!!
sexta-feira, maio 12, 2006
TOU PIOR QUE ESTRAGADO
Se apanho a gaja que estava na portagem....
quarta-feira, abril 26, 2006
Paris Marathon.2
Eu, pleno de força. Com o Salvador armado em Futre ali atrás
Na manhã da dita lá levantamos o odro da cama bem cedinho, tomamos o pequeno almoço no quarto e rumamos à zona do Arco do Triunfo. Haviamos combinado com o Sérgio Santos à porta de um MacDonalds, acabamos por ir para outro. Com sorte, no meio confusão, acabamos por o encontrar a aquecer numa rua vizinha e lá trotamos um pouco antes de nos colocarmos na primeira fila (logo após os corredores de elite).
À hora marcada soou o tiro do canhão e fizemo-nos Champs Élisées abaixo. Fui extremamente conservador nos primeiros Km's. Como durante a preparação não tive oportunidade de fazer os treinos longos que devia estava muito céptico em conseguir o andamento de 4' por Km até ao final da prova (como o Mister havia sugerido). Assim, levantei um tudo nada o pé e fui andando a 4'06'' e até mais lento que isso já que nos Km's iniciais perdi muito com a quantidade de pares de sapatilhas que se cruzavam com as minhas. Na cabeça levava bem frescas as sensações de estoiro que sofri os 28Km da Maratona de Sevilha em 2005 pelo que, desta vez, encarei a coisa como sendo uma prova de 12Km com 30 de lançamento. Passei aos 10Km em 41'30'' e aos 15Km passei em 1.02'.05''. Ao longo deste tempo fui desfrutando ao máximo da prova, das bandas de percursão e metais que haviam a cada 2 km's. A passagem à meia-maratona (1:27'15'') foi das coisas mais giras que tive no desporto. Havia imenso público (em generosa euforia), que nos fechavam a passagem deixando apenas um metro para o pelotão de atletas passar. Confesso que saí da meia arrepiado e com pele de galinha. Foi fabuloso.
Ainda bem disposto, perto do Km 25
Lá continuei de mansinho, a curtir a prova (esta é mesmo a melhor forma de descrever as sensações) e procurando manter-me bem para os últimos 12Km. Fiz questão de consumir bastante gel para não ter nenhuma quebra. Meti aos 6, aos 15, 22.5, aos 30, 35 e 40.
A partir da meia, como ia ainda muito bem fui saltando de grupo em grupo já que estava a andar alguns segundos mais rápido. Entre o Km 27 e o 29 o percurso passava por 4 túneis, bem perto da Torre Eiffel, nomeadamente o Tunel D'Alma onde morreu a princesa Diana. Nos topos desses túneis era possivel ver até mais de 1km para a frente. Ficava parvo, após 2 horas de prova havia ainda um pelotão compacto à minha frente. É impressionante a quantidade de pessoal que corre para baixar das 3 horas em Paris.
A partir dos 30 é que me decidi a entrar mentalmente dentro da prova e sofrer um bocadinho. Procurei acelerar. Até aos 35Km, apesar de já sentir o peso dos Km's nas pernas estava ainda fresco e com vontade de andar mais rápido.
No abastecimento dos 35Km tive a infeliz ideia de pensar: "já só faltam 7, vou-me molhar com uma esponja e fazer estes últimos a dar bem no osso". Assim que me molhei senti um belo arrepio seguido de uma marretada na cabeça que me vem a afectar esta zona toda (estou a apontar para as pernas). Dai até ao final foi um suplicio, só queria não andar mais lento que os 4'30'' por Km mas nem isso consegui nos Km 36 e 39. A última parte da prova é feita no Bosque de Bolonha e tem alguns retornos que quebram imenso o andamento, principalmente aos estorininhos que, como eu já levavam dois paus no lugar de pernas. Como senão bastasse ainda tive de aturar um indivíduo (adiante designado por bigodes) colado a mim que a cada bufadela respiratória dizia em tom sofrego "allez...!", mais uma bufadela e "allez...!" e mais outra e "allez...!". Já não o ouvia! Pedi-lhe por favor que calasse a bragana (tive de pedir em Português da Beira, com um ponto final do carvalho e tratando o bigodes em causa por "oh bigodes").
Finalmente a avenida Foch, onde estava a meta. A sensação final não teve nada que ver com a de Sevilha, não sei se por não ter tido a oportunidade de correr sozinho e logo não ter posto a cabeça deambular por outro lados, foi muito diferente! Ainda assim foi gratificante chegar à meta.
Maratona de Paris 2006
Acho que cheguei à meta em bom estado, conseguia caminhar bem. Sinto que durante os 30Km iniciais estive muito longe de dar o que podia mas preferi não arriscar. Não foi grande táctica já que no final estava na mesma roto. Mas tudo bem. Foi mais uma experiência fantástica.
Os meus parceiros de Hotel foram embora logo após a prova e fiquei sozinho na fantástica zona do Pigalle. Depois de uma bela tarde refastelado a ver o Paris-Roubaix fui juntar com outro pessoal do nosso grupo que também tinham ficado para segunda. Com eles veio o Luís Jesus, que foi a estrela "branca" da maratona de Paris, foi 4º mas com um fantástico 2h08'55''. Foi um jantar bem regadinho e muito agradável ali mesmo à beirinha da frutaria onde costumava assumar a Amélie Poulain. A ela não a vi...
Ah! já quase me esquecia! O meu tempo? 2h57'45'' Como vêm... O tempo conta e a malta até gosta de correr rápido mas dimensão humana tem muito mais piada!!!
quarta-feira, abril 12, 2006
Paris Marathon.1
Mas vamos lá a pormenores.
Porque me atrasei na marcação das viagens acabei por ter viajar sozinho: os parceiros Fernando Carmo, Bruno Salvador e Sérgio Santos (e respectiva dama) viajaram via Air-France na quinta-feira à tarde enquanto eu o fiz sozinho no mesmo dia à hora de almoço. O plano passava por eu esperar pelo resto do grupo no Aeroporto Charles de Gaulle e depois rumarmos ao Hotel com o carro que alugaríamos. Já só na porta de embarque é que fiquei a saber que ia para um outro aeroporto, uma coisa qualquer chamada chamada de Orly… lá pensei: “ah! Tá bom…como eu domino bué sou o gajo indicado andar à solta pelos transportes de Paris, rumo a um Hotel situado numa zona qualquer de que só sei que fica a 2,5km da partida. Mas como até curto perder-me por ai e assim ficar a conhecer melhor a zonas que visito lá fiz uns telefonemas de emergência, saquei a morada do hotel e a dica de que há um comboio que nos leva de Orly para o centro de Paris. Chegado a Orly lá me extrairam 11€ para sentar o cú no RER (o tal comboio), fechei o olho esquerdo tipo mira, apontei para a saída do Notre Damme (soou-me centro de Paris) e ala que se fazia tarde. A meia da viagem e de umas medições mais exactas sobre o gráfico das linhas férreas que estava sobre a porta de saída do metro/comboio/automotora e decidi-me por outra saída: Halle qualquer coisa. A coisa levou imenso tempo e apanhei a hora de ponta, tendo a certa altura chegado a pensar que a senhora com acento checo-turco com o seu salto alto apoiado no meu pé estaria comprada pelo Salvador para me lesionar! Tive ainda a oportunidade de presenciar um ritual de acasalamento por parte de um jovem magrebino que fazia umas cenas esquisitas com os lábios (assim tipo o gajo da Martini) a cada fêmea que passava perto dele. Após a cena labial o espécimen manobrava o tronco (revestido por uma camisa de cor rosa com apenas uma abertura no topo para deixar respirar os fios em metal não precioso que lhe ornamentavam o pescoço) para se colocar cara a cara com a fêmea e por detrás dos óculos escuros lançar um olhar que suponho ser letal. Lindo!
Retomando o pouca-terra, pouca-terra: lá saí na sei bem onde. Era um Centro Comercial. Vi-me e desejei-me para encontrar a saída daquilo, lá a encontrei, saquei um azimute à sorte e pus-me a caminho. Ao me cruzar com uma mulher polícia achei que estava na altura de exibir o meu francês matador e perguntar pela rua do hotel. Lá me deu umas dicas e a partir dai a coisa foi muito simples.
No Hotel esperei pelo resto do pessoal e os restantes dias foram passados entre passeios de automóvel, visita à Expo da Maratona onde levantámos os dorsais e fizemos uma corrida na passadeira Reebok que me deixou a saber que preciso de usar palmilhas anatómicas porque tenho a passada bem torcida. Demos umas voltas por Paris mas sempre de carro para não queimar muito as canetas. De véspera, como tínhamos de rolar alguns minutos decidimos ir à corrida do pequeno-almoço (5km). Foi muito divertida: havia por lá umas miúdas giras, uma banda de metais muito castiça e muito pessoal bem animado. Valeu! O resto do tempo foi passado a olhar pró tecto do hotel e encher o depósito com muito hidratos de carbono.
Passem por cá mais logo que já deve haver mais alguns pormenores...
quinta-feira, abril 06, 2006
A caminho de Paris
Fui obrigado a cortar nalguns treinos longos o que me deixa algumas dúvidas sobre o meu desempenho na Maratona. Seja como for, estou mais consistente e os quilómetros que trago nas pernas devem ser suficientes para chegar ao final em condições de contar a estória da minha segunda maratona. Sei que vai estar frio (até nem me dou mal com isso) e que os estudantes franceses prometeram algumas acções de protesto tanto para a Maratona como para o Paris-Roubaix (prova da Taça do Mundo de Ciclismo).
No que toca a tempos a minha aposta vai para as 2h54. Não é muito nem é pouco. Penso que se tiver juizo e "me cortar" nos primeiros 28-30km consigo chegar lá.
A todos quantos me deram aquelas pancadas nas costas de alento deixo o meu agradecimento e a promessa de dar o melhor. Estou desejoso de chegar ao Km 40 e sentir uma vez mais as sensações de que senti em Sevilha em 2005. Ali compreendi realmente uma expressão que o Joaquim Gomes usa frequentemente: "Vai-se ali a falar com Deus". É essa a sensação que guardo dos dois últimos quilómetros daquela prova.
Mas bom... faz-se tarde e não vou contar já tudo, depois hei-de falar-vos mais detalhadamente sobre esse estado que só se atinge quando "se forçam os limites".
Xi-coração a tutti.
Ah! se quiserem alguma noticia a Sara Lambs e o meu Pai recebem sms's com os meus splits. Para além disso a Eurosport transmite a prova, procurem-me lá no meu dos outros mais de 35000 doidinhos.
sexta-feira, março 10, 2006
MáKiNa!!!
Bruno Pais, bronze em Aqaba
Mais dados em www.triathlon.org
terça-feira, março 07, 2006
Coisa Ruim
Há coisa de um ano a Nelinha das Lãs tinha-se queixado que tinham desaparecido um conjunto de lençois da minha cama do Fundão. Nas lides deu volta a tudo e mais alguma e não deu com eles. Perguntava: "oh David Pedro mas tu não os terás levado por engano para Coimbra?" e eu: "Não minha mãe, não faço puto ideia onde esteja essa tralha. Sabes que eu só durmo neles, não os lavo nem os passo a ferro. Para essa tarefa não confio e mais ninguém que não tu, sabe-lo bem!!!".
{guitarradas estranhas e sem nexo, lêr rápido}
É inverno. Regresso de Coimbra são já umas 21.30, chego a casa. A Nelinha das Lãs deixou-me a comida em cima da mesa da cozinha. Mando-a para dentro do estômago a 200 Km/h e zarpo porta fora. Vou ter com o pessoal ao Costa (também conhecido por Bar do Fodinhas na Vidraça). Ao Absinto nº10 decidimos dar um salto à Quinta do Caçula fazer um som. Uns grunhidos nas guitarras, duas minis, umas bancadas na tarola, mais duas minis, uns grunhidos ao micro, mais duas minis e por ai em diante até às tantas da matina. No dia seguinte venho a saber que foi o Xixa Sainz que deu boleia naquela noite (eu até sabia, só não me recordava...). Caio na cama e adormeço. Vestido? Não me lembro...
{violinos bem agudos. aumenta o batimento cardiaco}
São agora 8.30. do dia a seguir a ontem. O ambiente do quarto tresanda a Alambique. A Nelinha das Lãs - cega - acredita que eu estou apenas cansado e aquele cheiro a alcool deve ser do perfume esquisito que eu agora uso. Assim que abre a porta solta um grito de morte seguido de réplicas ao ritmo da sua respiração afogante. Acordo com um pulo. A primeira frase que consigo digerir soava a "os lençois, os lençois que desapareceram estão ali, os lençois". Tinha acontecido algo de muito muito estranho. Os lençois, os tais, estavam imaculadamente passados e engomados postos sobre o edredon ao longo das minhas pernas, logo abaixo dos joelhos... Quem os terá lá posto?
(estória real)
sexta-feira, março 03, 2006
Update de Carnaval
Foto emprestada pela Fotodesporto
Cheguei a Cascais completamente morto, de tal forma que só perto dos 8km é que comecei a sentir-me melhor. Acabei com um tempo de 1h17m20. Dá uma média 3'52'' por km. Não é bom nem é mau, antes pelo contrário. Quem andou muito bem foi o meu vizinho Fernando Carmo. Parece-me que ele está bem melhor preparado que eu para Paris. Seja como fôr, tenho esperança que ele se mantenha fiel a si próprio e estoire como fez nos dois últimos Triatlos Longos que o vi fazer (eheheheh, Fernando: é só pa picar...)
No próximo fim-de-semana volto a competir na prova do Benfica. É uma prova de 10km onde não conto andar nada de especial mas já que corro pela Casa do Benfica no Fundão vou lá juntar-me ao resto do pessoal. Vou aproveitar para fazer um treino longo com alguns km's a Marathon Pace (4'/km). Espero já me sentir um pouco mais forte que os últimos dias.
Em anos anteriores tenho passado o Carnaval pelas montanhas. Este ano, infelizmente, à última hora fui forçado a cancelar a ida a Gredos. Segundo me contou o pessoal e li no blog do Zé Maria aquilo estava verdadeitamente tempestuoso... ainda com mais água na boca fico por saber que aquilo esteve agreste. É esse o tempo de ambiente que mais pica me dá!!
Mantendo esta onda do diário só me falta contar que ainda que ainda consegui passar uma noite e dois meios dias no Vale D'el Rei ali para os lados do Lagoa (Algarve) muito agradáveis numa casinha de quinta fabulosa, com uma lareira melhor e companhia a condizer (na comida eu nem falo para não vos fazer inveja).
Beijos e abraços
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Jean Cristophe Lafaille (1965 - 2006)
O Lafaille desapareceu quando estava a 7600 metros, na véspera do assalto final ao cume do Makalu, o seu 12º pico com mais de 8000 metros. O seu objectivo era sair na quinta-feira à noite e chegar ao topo na sexta-feira. O contacto que estava previsto para essa sexta-feira nunca veio a acontecer. A sua equipa pensou que o silêncio se devia à falta de baterias no telefone via satélite que tinha com ele. Sem notícias, a sua família conseguiu reunir os meios necessários para fazer buscas aéreas no domingo mas estas revelaram-se infrutíferas. No dia 4 de Fevereiro a sua esposa sobrevoou o Makalu e despediu-se em nome dos seus filhos Tom e Jeremi.
Lafaille tinha como objectivo a conquista dos 14 cumes com mais de 8000 metros (o mesmo que o João Garcia agora se propõe fazer) mas de uma forma muito especial. O francês progredia sozinho, sempre de Inverno, preferencialmente por vias não convencionais e em estilo Alpino. Isto é, em vez de usar uma logística pesada e colocar diversos campos de altitude Lafaille optava por subir levando consigo a menor quantidade de equipamento possível e sempre sem recorrer a oxigénio artificial (tal como o J.Garcia).
Aqui fica uma, apesar de tudo pequena, lista dos seus feitos:
- 1992 : Primeira experiência nos Himalaias. Tenta com Pierre Beghin escalar a face sul do Annapurna (8091 m). Pierre Beghin sofre uma queda mortal a 7000 m, levando com ele todo o material. Lafaille levou 5 dias para descer sozinho com um braço partido após ter sido atingido por uma pedra.
- 1993 : Primeira ascensão de uma montanha com mais de 8000 metros sem uso de oxigénio, o Cho Oyu (8201 m), pela via Polonesa.
- 1994 : Inauguração em solitário e sem oxigénio de uma nova via na face norte do Shishapangma (8027 m). Considerado o maior feito nos Himalaias daquele ano, pela qual ele receberia o Cristal d’Or da Federação francesa de montanha e escalada.
- 1995 : Tentativa em solitário no pilar Bonnington na face sul do Annapurna.
- 1996 : Ascensão em solitário, sem oxigénio e em menos de quatro dias, do Gasherbrum II (8035 m) e do Gasherbrum I (8068 m). Inauguração de uma nova via na face nordeste do Gasherbrum I.
- 1997 : Ascensão da face oeste do Lhotse (8516 m) sem oxigénio. Tentativa de ascensão do Dhaulagiri (8167 m) no Inverno e em solitário. Devido à quantidade de neve, Lafaille não chegou nem ao campo de base.
- 1998 : Lafaille retorna pela terceira vez à face sul do Annapurna. Num acidente, um sherpa desaparece. A expedição é cancelada.
- 2000 : primeira ascensão solitária da face norte direta do Manaslu (8163 m). Atinge o topo em 5 de maio.
- 2001 : Primeira expedição francesa pela via Cesen no segundo mais alto pico do mundo, o K2 (8611 m), sem oxigénio (chegada no topo em 22 de julho).
- 2002 : Primeira mundial da aresta leste do Annapurna (8091 m) ida e volta (chegada no topo em 16 de maio às 10h da manhã) sem oxigénio.
- 2003 : Ascensão sem oxigénio de três picos com mais de 8000 metros num período de dois meses: o Dhaulagiri (8167 m) em solitário, o Nanga Parbat (8126 m) (onde abriu uma nova via, Tom) e o Broad Peak (8047 m).
- 2004 : Primeira ascensão invernal do Shishapangma (8027 m) em solitário, sem oxigénio. Ele inaugura igualmente uma variante com cerca de 1000 m. Essa foi a primeira ascensão em solitário de um pico com mais de 8000 m no Inverno.
Faltava-lhe o Makalu (8 463 m), o Everest (8 850 m) e o Kangchenjunga (8 586 m) para se tornar o primeiro francês a escalar todas as 14 montanhas com mais de 8000 m.
Fontes:
Desnivel.com
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Dean Karnazes
Li fui lendo a estória do artista e fiquei deveras impressionado com os relatos que ele faz, vejam só que ele já correu 226 milhas (são só 10 maratonas de seguida) mas que agora se propõe a correr 300 (milhas). Mais impressionado fiquei com o facto de, desde que se tornou conhecido, correr por caridade e ser extremamente bem sucedido nos seus propósitos. As crianças que ele se tem disposto a ajudar têm tido a sorte de ver a sua situação resolvida.
O Dean Karnazes está muito longe de ser um lunático que só quer correr, tipo Forrest Gump. Não, é um indivíduo bem sucedido em termos profissionais que tinha tudo para ser feliz mas que sentiu que lhe faltava um desafio, um combustível para o dia-a-dia e descobriu as longas corridas como forma de escape. O texto é feliz e o Dean consegue expressar muito bem o que sente quando ultrapassa os obstáculos associados às maratonas no Polo Sul ou às 160 milhas no Death Valley. O livro é extremamente inspirador. Devo mesmo dizer que partilho muitos dos valores e ideias que ele advoga.
Dean, rapaz: ganhaste a minha simpatia e admiração!!!
No site do Dean Karnakes podem encontrar imagens do artista (isto é importante para as miúdas porque ele foi considerado um dos gajos com mais pinta pelas revistas das gajas) e uma entrevista com o David Letterman. Passem por lá!!!
The Meatrix
sexta-feira, janeiro 27, 2006
As Marias
"Mariana Abrunheiro é um encanto de rapariga, é uma talentosíssima cantora que decidiu catrapiscar um pianista ingénuo, porém plenipotenciário no que toca ao à vontade com as teclas.
Mariana falou a Ruben Alves, o tal pianista, no seu mais querido projecto actual, Marias, um cancioneiro afectivóh-universalista que, segundo Camille Paglia "partindo de canções onde o nome Maria é citado, nos oferece um retrato diverso da condição feminina, sem ser feminista, e vice-versa" in Break, Blow, Burn.
Resumindo:
Canções portuguesas, francesas, brasileiras, peruanas, norte-americanas, entre outras, de compositores como Tom Jobim, Zeca Medeiros, Chico Buarque, José Afonso, Leonard Bernstein, um piano, Ruben Alves, uma voz, Mariana Abrunheiro, e um esplendoroso concerto em perspectiva."
A todos os que lá não estiveram: TEMOS PENA...
terça-feira, janeiro 24, 2006
Monstros da Maratona
O que sei é no domingo passado lá nos juntamos em casa do mister para ele nos fazer umas medições às pregas adiposas, fazer umas contas e dizer-nos a percentagem de gordura que cada um de nós carrega sugerindo-nos o peso adequado. Uma vez mais o pudor impede-me de revelar os meus valores mas posso dizer que fui o vencedor absoluto. GANHEI!!! "Só" tenho de perder 4,47 kg em dois meses. Não tá nada mal, hein?! Se virmos que eu, nos meus tempos de estudante profissional e cliente assíduo do Buraco Negro (Coimbra), já pesei 94 kgs, isto vai ser um verdadeiro passeio... ou então não...
Foto do Rui Campos
A semana passada foi algo dura devido ao problema no pé que as Adidas Supernova me proporcionaram. Seja como fôr lá consegui correr 92km, o que para semana de regeneração até não foi mau de todo. O menu desta semana inclui 108km, com séries de 1200 na quarta. No domingo está previsto fazermos uma meia-maratona. No entanto, como as meis disponíveis são muto longe acho que me fico pelo regional de corta-mato de Castelo Branco.
Vão passando que eu vou por aqui contando como corre o caminho para Paris (9 de Abril)
Beijos e abraços
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Isto nem está bom nem está mau
É uma expressão que se pode aplicar aos vários dominios da minha existência, a saber:
- o andamento para a Maratona de Paris -> "não está bom nem está mau..."
- a mega borrega que tenho no pé direito graças a umas spataculares Adidas Super Nova -> "não está bom nem está mau..."
- gajas -> "não está bom nem está mau..."
- a minha fortuna -> "não está bom nem está mau..."
- as eleições presidênciais. O Cavaco é artificial e está muito equivocado sobre a suas competições como PR. Até tenho de mudar de canal quando ele aparece a tentar ser fofinho com o povo. O Soares está "agressivão" à força toda! Alguém viu o gajo no debate com o Cavaco? Eu acho que lhe vi ali baba de raiva... Os outros 3 têm a minha simpatia, embora ache que o Louçã está a exagerar na forma como rebate todas as opções de quem governa ou governou. O gajo tem de entender que quem é responsável e está no poder tem de tomar opções não muito populares. De resto, o Alegre parece-me lúcido e capaz de tomar decisões dificeis. -> "não está bom nem está mau..."
E assim vai a coisa. Esta manhã na pista as séries de 300 foram do pior... O pudor impede-me de revelar o brutal andamento que consegui impôr no tartin da pista 2 do Jamor. Ah! e o Bruno Salvador também está um monstro (ele nunca foi bonito). Pareciamos dois relógios Suiços!! Olá se pareciam...
segunda-feira, janeiro 16, 2006
Ascensão ao Lhotse
"A expedição portuguesa ao Lhotse, culminou no dia 21 de Maio de 2005. Às 13h locais, João Garcia anunciava o êxito da sua tentativa a partir do cume, num contacto via rádio com o outro membro da equipa, Hélder Santos, que entretanto foi forçado a abdicar da subida devido a problemas nos ouvidos.
Foram necessários 47 dias na montanha para João pisar o cume, tendo sido uma das ascensões mais penosas que realizou, comparando-a mesmo com a do Evereste.
Devido a problemas de saúde, o Hélder não pode realizar a parte final da ascensão, pelo que ao João não lhe restou outra opção, senão arriscar a fazer a ascensão sozinho. Saiu do campo III, instalado aos 7300m, às 23h de sexta-feira e só regressou no final de sábado, após uma longa e árdua jornada. Foi às 13h locais (início da manhã em Portugal) que João Garcia pisou, por breves instantes, o cume do Lhotse e de imediato, informou via rádio o Hélder Santos.
No dia seguinte desceu ao campo base, onde chegou exausto, mas em perfeitas condições de saúde e pronto para o regresso a Portugal, depois de quase dois meses de expedição.
Esta primeira expedição portuguesa a uma montanha com mais de oito mil metros saldou-se assim pelo sucesso, que foi marcado pela ascensão do cume por um dos elementos e principalmente porque ambos estão bem, que é sempre o factor mais importante numa expedição deste tipo, que comporta elevados riscos.
Só a perseverança, aliada à grande experiência, boa condição física e a alguma dose de "inconsciência" permitiram mais este sucesso para o João, para a Desnível e para o alpinismo português.
A quarta montanha mais elevada do mundo, faz parte do maciço do Evereste do qual está separado pelo colo Sul. O Campo base e parte do percurso para a ascensão a esta montanha são os mesmo que para quem opta por fazer a ascensão ao Evereste pelo Nepal.
Este foi a sexta ascensão de João Garcia a um cume com mais de oito mil metros: Cho Oyu (8201m), em 1993; Dhaulagiri (8167m), em 1994; Evereste (8848m), em 1999; Gasherbrum II, em 2001; Gasherbrum I, em 2004 e o Lhotse (8510 m), em 2005. "
Este texto e demais informações estão disponíveis no site da Associação Desnível.
segunda-feira, janeiro 09, 2006
A caminho de Paris
Esta semana, o menu fala em 106 km de corrida, divididos por 8h28m. Com duas idas à pista para fazer séries de 200 na quarta e de 1000 na sexta. No domingo é o tradicional treino longo. Pergunto-me: "como é que raio vou encaixar isto tudo no curso de escalada e numa ida ao Fundão, tudo num só fim-de-semana?!"
Beijos e abraços.
terça-feira, janeiro 03, 2006
Prolongada ausência
Foto do Filipe Conceição
Desde aqueles aconteceu o Natal e o fim-de-ano com todos os malefícios que isso traz à forma de quem tem a mania que é desportista (e não estou a falar de comida). Já em 2006 começa o treino a sério para a Maratona de Paris, que será no dia 9 de Abril. Para já a coisa começou com o pé esquerdo visto que no sábado fiz uma S. Silvestre em Pinhel e arranjei um toque um pouco abaixo do gémeo da perna esquerda que me impediu de treinar bem logo no primeiro dia.
Para este ano tenho na forja mais umas ascensões programadas e umas provas de Triatlo lá por fora. Espero dar aqui conta do que se for fazendo.
Bom ano a todos!!